DIEGO FELIX
GENEBRA, SUÍÇA (FOLHAPRESS)
A fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul foi oficialmente encerrada, segundo afirmou nesta quarta-feira (10) Willie Walsh, diretor geral da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo).
Willie Walsh comentou que a consolidação de empresas pode ser positiva, mas que incertezas econômicas, como as variações cambiais, dificultam esse tipo de acordo.
Ele explicou que algumas decisões foram corretas, pois não é viável juntar empresas quando uma delas enfrenta grandes desafios de reestruturação. Mesmo assim, acredita que fusões poderão acontecer no futuro, beneficiando o mercado e os consumidores.
Willie Walsh ressaltou que o mercado aéreo brasileiro é dominado por poucas empresas e a competitividade é baixa, mas a consolidação ainda traz vantagens para o setor.
O executivo destacou que muitas companhias têm ótimas equipes de gestão, mas problemas fora de seu controle, como a alta volatilidade do dólar, provocam dificuldades financeiras e impactam os lucros das empresas.
O memorando de entendimentos para a fusão, anunciado em janeiro, foi oficialmente encerrado no final de setembro. Na época, a Gol estava saindo de sua recuperação judicial nos EUA, enquanto a Azul ainda não havia iniciado esse processo, que ocorreu em maio.
Com a Azul focada em sua reestruturação financeira, as tratativas foram pausadas, e a pressão de órgãos reguladores também influenciou o fim das negociações.
Em setembro, a Abra, grupo controlador da Gol, declarou continuar acreditando na fusão e estar pronta para avançar, enquanto a Azul não demonstrou o mesmo posicionamento.
A Abra também controla a Avianca, companhia colombiana que atua no Brasil. Com o encerramento da fusão, o grupo iniciou uma reestruturação acionária e retirou as ações da Gol da Bolsa de Valores do Brasil (B3).
Recentemente, a Abra submeteu à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) o pedido preliminar para ofertar suas ações no mercado norte-americano.

