O furacão Melissa, que devastou a Jamaica como um dos maiores e mais intensos já registrados no Atlântico, chegou a Cuba na madrugada desta quarta-feira (29/10), conforme informado pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). Apesar disso, a tempestade perdeu intensidade e atingiu a província de Santiago de Cuba como uma tempestade de categoria 3.
De acordo com o NHC, os ventos máximos sustentados tinham cerca de 195 km/h. Milhares de residentes foram realocados para abrigos seguros. Um alerta de furacão permanecia ativo para as províncias de Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín e Las Tunas.
Avisos Meteorológicos
Na manhã de terça-feira (28/10), o furacão apresentava ventos sustentados de 193 km/h e movia-se para nordeste a uma velocidade de 16 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões de Miami. O centro do ciclone estava a 32 km a leste de Chivirico e aproximadamente 97 km de Guantánamo, Cuba.
As previsões indicavam que o furacão cruzaria o território cubano durante a manhã de quarta-feira, seguindo em direção às Bahamas mais tarde no dia. A precipitação intensa e contínua poderia provocar enchentes graves e deslizamentos, alertaram os especialistas norte-americanos. Além disso, um alerta de furacão estava em vigor para as Bermudas.
Destruição na Jamaica
No momento em que tocou a terra na Jamaica, Melissa estava na categoria máxima 5, sendo considerada a tempestade mais severa da história recente da ilha. Os ventos chegaram a 295 km/h, classificados como catastróficos pelos meteorologistas, e a pressão interna atingiu 892 mb, a terceira maior já registrada.
O ciclone entrou pelo noroeste da Jamaica, próximo à localidade de New Hope. Em postagens nas redes sociais, o NHC reforçou a necessidade urgente de proteção: “Ventos catastróficos, inundações rápidas e ondas gigantes estão presentes na ilha. Esta é uma condição extremamente perigosa que pode colocar vidas em risco! Busque abrigo imediatamente.”
Três vidas foram perdidas devido às tempestades preliminares antes da chegada do furacão. A Cruz Vermelha informou que o impacto do Melissa na Jamaica é enorme, afetando pelo menos 1,5 milhão de habitantes, metade da população do país.
Este furacão é o mais forte que já atingiu a Jamaica desde o começo dos registros, há 174 anos.
Graves Perigos
O furacão Melissa é classificado como extremamente perigoso e pode causar consequências que ameaçam a vida, como enchentes repentinas e aumento do nível do mar em até quatro metros em algumas regiões, conforme alertaram os meteorologistas do NHC.
O governo jamaicano se preparou para a chegada da tempestade, emitindo ordens de evacuação obrigatória em diversas áreas, incluindo a capital Kingston, e alertando sobre os danos severos. Cerca de 900 abrigos foram disponibilizados para a população. Cuba também iniciou a evacuação de partes de sua população em risco.
Andrew Holness, primeiro-ministro da Jamaica, afirmou: “A região não possui infraestrutura suficiente para resistir a um furacão de categoria 5. O maior desafio agora será a rapidez da recuperação.”
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) declarou que esse evento será a tempestade mais marcante para a Jamaica, prevendo rajadas de vento que podem ultrapassar 300 km/h, além de enchentes repentinas e deslizamentos.
“Espera-se uma situação devastadora. Para a Jamaica, esta será sem dúvida a tempestade mais severa já enfrentada,” afirmou Anne-Claire Fontan, especialista em ciclones tropicais da OMM.
