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segunda-feira, 01/12/2025

Funcionários do Emílio Ribas fazem protesto contra a piora do hospital

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VITOR HUGO BATISTA
FOLHAPRESS

Na segunda-feira (1º), Dia Mundial de Luta Contra a Aids, médicos e funcionários do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, localizado em São Paulo e especializado no cuidado de pessoas com HIV, entregaram um abaixo-assinado denunciando a piora das condições de trabalho e a terceirização no hospital.

Durante a manhã, houve uma manifestação em frente à sede do instituto. Os trabalhadores pedem que as equipes terceirizadas sejam substituídas por funcionários públicos concursados.

O abaixo-assinado, que foi endereçado ao governador Tarcísio de Freitas e reúne 421 assinaturas, destaca a importância de um hospital público forte, estável e capaz de treinar profissionais, garantindo atendimento seguro para a população.

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo afirmou que mantém diálogo constante com a direção do instituto e que não houve bloqueio ou fechamento do atendimento. Segundo o documento dos funcionários, em 2025, a continuidade dos contratos com empresas terceirizadas falhou, o que causou a redução da capacidade de atendimento e colocou em risco a segurança dos pacientes.

Em outubro, pacientes que precisavam de cuidados intensivos tiveram que ser levados para o Pronto-Socorro porque não havia vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Além disso, desde o começo de uma reforma que iniciou em 2014, diversas unidades foram fechadas, reduzidas ou reorganizadas sem um planejamento adequado, de acordo com os funcionários.

A Secretaria de Saúde explicou que as obras de ampliação devem ser concluídas no segundo semestre de 2027 e que o remanejamento temporário de leitos é necessário para essas melhorias. A secretaria também destacou que os serviços continuam funcionando normalmente e que novos médicos e enfermeiros aprovados em concursos foram chamados para reforçar as equipes.

Claudia Mello, infectologista e presidente da Associação dos Médicos do Instituto Emílio Ribas (AMIIER), afirmou que o cenário atual não é compatível com um hospital de alta complexidade, que é referência no tratamento de epidemias como Covid, dengue, sarampo e Mpox, além do atendimento a pacientes com HIV.

A terceirização começou em março de 2024, durante a emergência da dengue, e permanece ativa mesmo após o fim da crise, com aumento das equipes contratadas. A Secretaria de Saúde havia prometido ao Ministério Público que substituiria esses profissionais por concursados, mas essa convocação não aconteceu.

Os funcionários mostraram que o quinto andar está completamente equipado e reformado, mas ainda é usado para atividades administrativas porque não há funcionários suficientes para abrir os leitos. O quarto e terceiro andares, com entregas previstas para 2025 e 2026, não têm previsão para contratação das equipes.

Na UTI, estão previstos dez novos leitos para 2026, mas sem garantia de profissionais concursados, o que pode aumentar a terceirização.

O hospital teve cerca de 300 leitos nas décadas de 1980 e 1990, mas perdeu capacidade ao longo dos últimos anos.

Os profissionais pedem a substituição das equipes terceirizadas por concursados, um planejamento para reabrir leitos e áreas reformadas, e a conclusão das obras que se estendem há 11 anos.

Claudia Mello destacou que, antes da pandemia de Covid-19, o hospital tinha pelo menos cinco unidades de internação e uma UTI estruturada. Atualmente, funciona com apenas três unidades de internação e um pronto-socorro com estrutura reduzida.

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