10.5 C
Brasília
quarta-feira, 16/07/2025

Frio no inverno realmente afeta a imunidade?

Brasília
céu limpo
10.5 ° C
10.5 °
10.5 °
87 %
2.6kmh
0 %
qua
26 °
qui
27 °
sex
29 °
sáb
30 °
dom
28 °

Em Brasília

Com a chegada do inverno, parece que muitas pessoas ficam mais doentes. Muitas vezes, associamos essa estação ao aumento de gripes e resfriados. Mas será que o sistema imunológico realmente enfraquece com o frio?

Em parte, sim. Conforme explicam especialistas, o frio em si não diminui diretamente a defesa do corpo. Contudo, as mudanças nos hábitos e no ambiente típicas dessa época acabam tornando o organismo mais vulnerável às infecções.

Renata Zorzet Manganaro de Oliveira, infectologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São José do Rio Preto (SP), afirma: “O frio não baixa a imunidade diretamente. O que ocorre é que o comportamento e as condições do inverno favorecem a proliferação de vírus.”

Diferença entre sintomas de gripe e resfriado

Os sintomas da gripe incluem febre alta súbita, dores no corpo, cansaço intenso, calafrios e tosse seca, podendo evoluir para problemas graves como a pneumonia.

Já o resfriado se manifesta com coriza, espirros, dor de garganta e, às vezes, febre baixa. A diferença principal está na intensidade: a febre na gripe é mais frequente e a tosse é forte e seca, enquanto no resfriado a febre é rara e a tosse é leve ou com secreção.

Renata ressalta que a imunidade não cai automaticamente com o frio, mas fatores como menos exposição ao sol — o que reduz a vitamina D —, mudanças bruscas de temperatura que afetam as mucosas, alimentação menos equilibrada e consumo reduzido de frutas e vegetais ricos em antioxidantes, facilitam as infecções.

Alberto Chebabo, infectologista do laboratório Sérgio Franco e consultor de vacinas da Dasa, concorda: “O corpo precisa de equilíbrio físico e emocional para funcionar bem, e o sistema imunológico não é diferente. Estresse, falta de exercício e noites mal dormidas, comuns no inverno, também prejudicam as defesas do organismo.”

Por que adoecemos mais no inverno?

O aumento de gripes e infecções respiratórias nesse período está mais ligado ao ambiente do que a uma queda da imunidade automática.

Chebabo explica que o risco maior vem do fato de as pessoas ficarem mais tempo em ambientes fechados, com pouca circulação de ar. No verão, as atividades ao ar livre são mais comuns, mas no frio, as pessoas se reúnem em locais fechados, muitas vezes secos pelo aquecimento, o que resseca as mucosas.

Esse ressecamento facilita a entrada de vírus no corpo, e a proximidade aumenta a chance de transmissão, explicando os surtos típicos do inverno.

Renata completa que o ar seco e as variações bruscas de temperatura inflamam as vias respiratórias e prejudicam as defesas locais, o que contribui para o aumento de gripes, sinusites, amigdalites e bronquites nessa época.

Como cuidar da imunidade no frio?

Para fortalecer as defesas no inverno, alguns cuidados são importantes. A hidratação, por exemplo, é essencial. Chebabo recomenda beber bastante líquido para manter as mucosas hidratadas e reduzir riscos de infecção, especialmente em locais secos ou com aquecimento artificial.

Também é importante garantir boa ventilação nos ambientes, abrindo janelas ou utilizando a função de troca de ar dos aparelhos de ar-condicionado.

Evitar o contato com pessoas com sintomas respiratórios é fundamental, e quem estiver doente deve evitar sair ou usar máscara para proteger os outros, se sair for necessário.

Além disso, a vacinação é uma importante aliada. A vacina da gripe é atualizada anualmente para proteger contra os vírus mais presentes no inverno, com opções específicas para grupos diversos, destaca o médico.

Veja Também