General Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, reafirmou nesta terça-feira, 26, no Supremo Tribunal Federal (STF), que a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres continha trechos muito parecidos com o documento apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro aos líderes das Forças Armadas durante uma reunião no Palácio do Alvorada em dezembro de 2022.
“Os documentos possuem conteúdo semelhante, pois tratam do mesmo tema, embora eu nunca tenha afirmado que sejam o mesmo documento”, declarou o general.
Os documentos mencionavam medidas como estado de defesa, estado de sítio e Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com o intuito de anular os resultados das eleições de 2022, conforme explicou o general.
Freire Gomes foi chamado para uma acareação com o ex-ministro no processo penal relacionado à trama golpista, mantendo as versões já apresentadas à Polícia Federal durante o inquérito e nas audiências no STF.
Segundo a ata da audiência, não gravada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, Freire Gomes também afirmou ter participado de reuniões ministeriais com Anderson Torres antes das eleições e que o ex-ministro ofereceu suporte jurídico ao ex-presidente em aspectos específicos, mas nunca apoiou a ruptura do estado de direito.
O general já havia deposto como testemunha e, quando foi questionado sobre a minuta golpista, afirmou que o conteúdo geral era muito similar ao documento que Bolsonaro apresentou aos comandantes das Forças Armadas.
“Não me recordo literalmente dos documentos para uma comparação detalhada, mas sei que os conteúdos, em termos gerais, eram muito semelhantes ou tinham pontos iguais”, ressaltou durante a audiência.
A defesa de Anderson Torres argumentou que o documento era circulado na internet e que o general poderia ter se confundido, porém Freire Gomes garantiu estar seguro de sua versão: “Tomamos conhecimento desse documento, como mencionei, na reunião do dia 7”.