21.5 C
Brasília
quarta-feira, 16/07/2025

Fraudes em eleição do PT na Bahia geram caso na Justiça

Brasília
céu limpo
21.5 ° C
21.5 °
21.1 °
52 %
4.1kmh
0 %
qua
26 °
qui
26 °
sex
29 °
sáb
29 °
dom
30 °

Em Brasília

Integrantes do PT na Bahia entraram com pedido para anular a eleição interna do partido após encontrarem falecidos que votaram em duas cidades. A chapa Partido Forte, que perdeu para Tássio Brito – protegido do senador Jaques Wagner (PT-BA) – acusa também outras irregularidades que podem chegar a sete mil votos.

Em Camaçari, foram detectados cinco mortos que votaram, e em Barro Preto, pelo menos um morto participou da votação. O diretório do PT na Bahia não respondeu aos contatos da imprensa.

A reportagem teve acesso às listas de votação assinadas e ao atestado de óbito dos falecidos. O diretório anulou esses votos, mas manteve a eleição nas cidades, enquanto a chapa Partido Forte planeja recorrer nacionalmente.

O PT de Camaçari declarou que os erros ocorreram devido a assinaturas grandes que atravessaram linhas das listas, negando qualquer tentativa de prejudicar o processo eleitoral e afirmou que tomará providências legais.

Wagner afirmou que dúvidas sobre a eleição devem ser tratadas com o diretório estadual.

A disputa foi marcada por tensões, com denúncias de filiações em massa, acusações de golpe e processos judiciais. Em 2017, o PT anulou votações em 30 cidades de São Paulo por fraudes semelhantes.

A chapa Partido Forte criticou a direção estadual do PT, dizendo que aprovou eleições fraudulentas, prejudicando a democracia interna do partido.

A chapa, liderada por Jonas Paulo, representa a tendência CNB, que foi derrotada por Tássio Brito, da EPS, apoiado por Wagner. Brito venceu com 73% dos votos, em uma eleição com cerca de 42 mil votantes. A Partido Forte teve cerca de 20% dos votos.

O resultado reforça a liderança de Wagner no PT da Bahia, afastando o grupo político do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que não apoiou nenhum candidato para evitar derrota.

A nota da Partido Forte afirma que “até mortos podem votar nas eleições internas do PT na Bahia” e critica o processo eleitoral de 2025 como uma disputa onde vale tudo.

Um caso denunciado como revoltante envolve um sindicalista, Crispim Carvalho da Hora, morto em 2016, mas que aparece como votante em Camaçari. A chapa considera isso uma fraude e um desrespeito à memória do sindicalista e de sua família.

A chapa denuncia também 91 páginas com votação duplicada e assinaturas falsas em Itabuna.

Nas eleições da Bahia, a judicialização tem sido frequente. Em Itabuna, a petista Nina Germano contestou a anulação de sua candidatura e obteve decisão judicial favorável para permanecer na disputa, com multa para o partido em caso de descumprimento.

Em Feira de Santana, outro candidato também acionou a Justiça para garantir sua participação.

O PT pretende lançar chapa puro sangue com dois senadores, Wagner e Rui Costa, e um nome ao governo do Estado, onde o partido tem vitória histórica desde 2002.

Veja Também