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sexta-feira, 15/08/2025

Fraudes em assinaturas digitais abalam confiança online na Turquia

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Na Turquia, a administração pública tem sido amplamente digitalizada desde o início dos anos 2000. Os cidadãos turcos usam o sistema “e-devlet” (equivalente ao Gov.br no Brasil) para realizar diversos procedimentos administrativos. Porém, um grande escândalo envolvendo assinaturas digitais falsificadas expôs vulnerabilidades no sistema, causando impacto no país.

Centenas de documentos oficiais foram fraudados após a identidade digital de altos funcionários de várias instituições públicas ter sido roubada. Este caso ganhou atenção popular sob o nome de “gangue dos diplomas falsos”. Recentemente, duas denúncias divulgadas pela imprensa revelaram o escândalo, que já resultou no indiciamento de 199 pessoas.

A promotoria em Ancara lidera a investigação, que descobriu uma rede criminosa bem estruturada. Desde o final dos anos 2000, os suspeitos emitiram documentos falsificados em troca de pagamentos que podiam atingir milhares de euros. Entre os documentos fraudados estão diplomas universitários e carteiras de habilitação.

Penas que variam de 5 a 50 anos

O caso causou revolta na população e a mídia tem exposto casos de diplomas falsos para engenharia, direito, medicina anestésica e psicologia, permitindo que pessoas sem qualificação atuassem em setores essenciais. Os envolvidos enfrentam penas que vão de 5 a 50 anos de prisão.

Duas empresas turcas certificadoras digitais, TÜRKTRUST e E-İMZATR, estão no centro da polêmica. Com credenciamento estatal, essas entidades foram usadas pelos criminosos para falsificar assinaturas eletrônicas de aproximadamente trinta altos funcionários, facilitando o acesso a sistemas restritos da administração pública.

Raízes do problema

Especialistas jurídicos alertam para a insuficiente supervisão da Agência de Tecnologias da Informação e Comunicação sobre essas empresas. Além disso, profissionais de segurança cibernética classificam como ultrapassado o uso de pen drives para armazenar assinaturas digitais de autoridades e defendem uma modernização do sistema.

Impactos políticos e sociais

Este escândalo levanta sérias questões sobre a segurança digital do governo. As autoridades informam estar atuando para desmantelar a quadrilha desde agosto de 2024 e divulgam atualizações para combater informações falsas na mídia.

No entanto, o estrago já ocorreu, especialmente após a divulgação de nomes de figuras públicas envolvidas como beneficiárias dessas fraudes. Entre eles, destaca-se Mehmet Baykara, empresário da construtora Malamira, que ganhou múltiplos contratos públicos, incluindo a construção de uma grande barragem no sudeste do país.

A audiência inicial do julgamento da “gangue dos diplomas falsos” está programada para 12 de setembro no tribunal de Ancara.

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