A França está se preparando para um dia de manifestações em grande escala nesta quinta-feira (18/9), como forma de protesto contra as recentes políticas econômicas implementadas pelo governo. As autoridades estimam que entre 600 mil e 900 mil pessoas participarão dos protestos em todo o país.
O movimento conta com apoio da maioria da população, segundo uma pesquisa publicada recentemente. Durante a manifestação “Vamos parar tudo” no dia 10 de setembro, aproximadamente 200 mil pessoas foram às ruas, de acordo com o Ministério do Interior.
Os organizadores esperam uma mobilização significativa, semelhante às grandes manifestações contra a reforma da Previdência em 2023, que reuniram até 1,4 milhão de participantes em certos dias.
Em Paris, a passeata começará na Praça da Bastilha, seguirá pela Praça da República e terminará na Praça da Nação. Devido ao risco de ações de militantes radicais, cerca de 80 mil policiais e militares foram mobilizados para garantir a segurança. As cidades de Rennes, Nantes, Toulouse, Dijon, Lyon, Montpellier e Bordeaux também seguem como pontos críticos de atenção das autoridades.
Laurent Nuñez, secretário de segurança pública de Paris, expressou preocupação com possíveis atos de vandalismo e orientou comerciantes a protegerem suas lojas e vitrines durante as manifestações.
O sistema de transportes será afetado: o metrô funcionará apenas nos horários de pico, com algumas estações fechadas o dia todo. Trens urbanos e ônibus também terão serviço reduzido, conforme informações do sindicato FO RATP, que relatou que cerca de 90% dos condutores de metrô e 80% dos condutores de RER participarão da greve.
Mais da metade dos franceses apoia a mobilização planejada para esta quinta-feira. Pesquisa da Elabe para a BFM TV revelou que 56% da população endossa as ações contra as medidas de austeridade do governo, buscando justiça fiscal, o cancelamento da reforma da Previdência e mais recursos para os serviços públicos. Cerca de 31% apoiam diretamente a mobilização, enquanto 25% têm simpatia pelo movimento, e 25% a desaprovam.
Outro protesto importante, marcado para o dia 26 de setembro, organizado pelo sindicato agrícola FNSEA contra o acordo comercial com o Mercosul, também tem amplo apoio popular, com 72% dos franceses aprovando a iniciativa.
A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 17 de setembro com uma amostra representativa da população adulta da França metropolitana, apresentando margem de erro entre 1,4% e 3,1%.