Não se pode dizer que os líderes de Estado foram efetivamente espionados pelo software invasor, mas os números deles aparecem na lista de vítimas em potencial.
Entre as pessoas que podem ter sido espionadas pelo software Pegasus, que invade smartphones sem que o dono saiba, estão pelo menos três presidentes e três primeiros-ministros que estão atualmente no poder. A informação foi publicada pelo “Washington Post” nesta terça-feira (20).
Veja quem são os líderes que têm números de telefones encontrados na lista:
Três presidentes
- Emmanuel Macron, da França;
- Barham Salih, do Iraque;
- Cyril Ramaphosa, da África do Sul;
Três primeiros-ministros que ainda estão no poder
- Imran Khan, do Paquistão
- Mostafa Madbouly, do Egito
- Saad-Eddine El Othmani, do Marrocos;
Três primeiros-ministros que já deixaram o poder:
- Saad Hariri, do Líbano;
- Ruhakana Rugunda, de Uganda
- Charles Michel, da Bélgica
Um rei:
- Mohammed VI, do Marrocos
O fato de o telefone estar na lista não significa que o telefone foi de fato invadido pelo Pegasus. Segundo o “Washington Post”, nenhum dos líderes de Estado aceitou uma vistoria em seus aparelhos para saber se eles realmente foram vítimas de espionagem.
No domingo, revelou-se que há uma lista de 50 mil números de telefones que podem ter sido invadidos pelo Pegasus, que foi desenvolvido por uma empresa de Israel chamada NSO Group.
Há centenas de dirigentes políticos na lista, segundo o jornal norte-americano.
O que é o Pegasus?
O Pegasus é uma ferramenta extremamente invasiva, que pode ligar a câmera e o microfone do celular, bem como acessar dados do dispositivo, convertendo-o em um espião de bolso.
Em alguns casos, ele pode ser instalado sem a necessidade de enganar o usuário para que ele faça um download, que é a maneira mais comum de invadir um aparelho.
Como surgiu a história?
A Forbidden Stories, uma organização sem fins lucrativos de Paris, e a Anistia Internacional conseguiram uma lista de 50 mil números de telefones que podem ter sido invadidos pelo malware israelense.
As duas entidades procuraram um grupo de 16 jornais internacionais para formar um consórcio que tenta descobrir quem são as vítimas da espionagem.
É esse consórcio que conseguiu identificar os mil primeiros nomes e tenta chegar aos 50 mil da lista.
Não foi revelado como a Forbidden Stories teve acesso aos 50 mil números de smartphones que foram invadidos.
O consórcio acredita que os números da lista são alvos em potencial dos clientes do NSO.
Resposta da empresa
O NSO Group disse que o relatório da Forbidden Stories elabora teorias sem comprovação e é cheio de suposições erradas. A empresa nega que tenha mantido uma lista de alvos em potencial.
A empresa afirma que o Pegasus é vendido apenas para agências governamentais que são aprovadas e que é usado apenas para perseguir terroristas e grandes criminosos. Além disso, o NSO Group diz que não tem acesso aos dados de seus clientes.