Antoni Lallican, repórter fotográfico francês de 37 anos, faleceu na última sexta-feira (4/10) devido a um ataque de drone na área de Donbass, no leste da Ucrânia. Ele colaborava com grandes veículos de imprensa franceses e europeus, incluindo os jornais Le Monde e Le Figaro.
O ocorrido foi comunicado pelas federações Internacional e Europeia de Jornalismo e pelo Sindicato Nacional dos Jornalistas da França. Estas organizações condenaram o ato como um crime de guerra e solicitaram que as autoridades realizem uma investigação para identificar os responsáveis.
De acordo com o presidente francês, Emmanuel Macron, este é o primeiro registro de um jornalista fatalmente atingido por um drone na Ucrânia. Macron expressou suas condolências à família e aos colegas do jornalista, ressaltando: “Nosso compatriota acompanhava as tropas ucranianas na linha de resistência. Recebi a notícia de sua morte com profunda tristeza.” Ele também homenageou todos os profissionais de imprensa que, arriscando suas vidas, reportam a realidade do conflito.
Além de Lallican, um jornalista ucraniano, Georgiy Ivanchenko, também ficou ferido no mesmo ataque, segundo as federações de jornalistas.
O grupo de jornalistas estava protegido e identificado como imprensa, utilizando equipamentos adequados e coletes com inscrições claras. O ataque foi realizado por um drone FPV inimigo, conforme relatado pela brigada acompanhada pelos jornalistas.
Antoni Lallican tinha uma longa trajetória, colaborando com diversos veículos franceses, como Libération e Paris Match, bem como internacionais, como Der Spiegel e Die Welt. Desde 2028, enviava seu trabalho para a agência de fotografia Hans Lucas, cujo presidente, Wilfrid Estève, o lembrou como um colega gentil e competente que conhecia bem o terreno ucraniano.
Em janeiro, ele recebeu o prêmio Victor Hugo de fotografia pelo seu trabalho “Subitamente, o céu escureceu”, que retrata a guerra na Ucrânia.
Desde o início do conflito, diversos jornalistas perderam a vida na Ucrânia, número que varia conforme as fontes. A UNESCO contabiliza 22 mortes entre profissionais da imprensa, enquanto outras organizações mencionam 17 óbitos.
Serguei Tomilenko, presidente da União Nacional dos Jornalistas da Ucrânia, afirmou que a principal ameaça para jornalistas e civis na região vem dos drones russos. As federações de jornalismo destacaram que o exército russo mira propositalmente aqueles que tentam documentar os crimes de guerra no país. Antoni Lallican assumiu esses riscos repetidas vezes, mostrando a realidade que muitos preferem ignorar. Agora, ele também se tornou parte dessa história trágica.