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sexta-feira, 22/11/2024
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Fóssil sugere que vida evoluiu rapidamente após extinção em massa

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Cientistas acreditam que a diversificação da nova espécie ‘Sclerocormus parviceps’ não foi lenta após a grande extinção que ocorreu há 250 milhões de anos

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O ‘Sclerocormus’ possuía um focinho curto, uma longa cauda e, ao contrário dos seus parentes, não possuía dentes – ele utilizava um mecanismo de sucção para caçar (Da-Young Jiang/Divulgação)

Uma equipe internacional de paleontólogos descobriu o fóssil de um réptil ancestral que sugere que a vida evoluiu rapidamente após a extinção de 96% das espécies da Terra há, aproximadamente, 250 milhões de anos. De acordo com o estudo, publicado nesta segunda-feira (23) no periódico Scientific Reports, da editora Nature, mudanças climáticas e o aumento do nível dos oceanos há milhões de anos atrás teriam varrido a vida no planeta. Durante anos os cientistas acreditaram que após a grande extinção a vida teria evoluído lentamente, teoria que é questionada com a nova descoberta.

De acordo com os pesquisadores, a nova espécie, chamada Sclerocormus parviceps, é um tipo de Ictiossauro (um dos répteis marinhos extintos mais antigos conhecidos, que viveu ao mesmo tempo que os dinossauros), mas, de certa forma, possui algumas “adaptações” diferentes das formas comuns dessa espécie. Enquanto os Ictiossauros tinham longos focinhos e poderosas nadadeiras, lembrando a figura do golfinho, o Sclerocormus possuía um focinho curto, uma longa cauda e, ao contrário dos seus parentes, não possuía dentes – ele utilizava um mecanismo de sucção para caçar.

As novas evidências seriam a prova de que a evolução da espécie dos Ictiossauros nesse período não foi tão lenta quanto se pensava. “Sclerocormusnos diz que os Ictiossauros evoluíram e se diversificaram rapidamente no período Triássico inferior. Nós não temos muitos fósseis de répteis desse período, então essa espécime é importante pois sugere que existe uma diversidade que não foi descoberta ainda”, disse Olivier Rieppel, paleontólogo do Museu Field de História Natural, nos Estados Unidos.

O fóssil foi encontrado na província de Anhui, na China, e possui 1,6 metros de comprimento. De acordo com o pesquisador, achados como esse ainda auxiliam a compreender o funcionamento da evolução. “O modelo de evolução de Darwin consiste em mudanças gradativas e pequenas ao passar de um longo período de tempo, e isso não é exatamente o que estamos vendo aqui. Esse tipo de Ictiossauros parece ter evoluído rapidamente, aos ‘trancos e barrancos’”, disse Rieppel.

Para o pesquisador, as novas mudanças ainda podem auxiliar a compreender como as espécies respondem em situações de mudanças climáticas. “Estamos vivendo uma extinção em massa nesse momento; não uma causada por vulcões ou meteoritos, mas por humanos. Mesmo que a extinção vista há 250 milhões de anos não nos traga respostas para o que poderá acontecer agora, ela nos dá pistas sobre como a evolução trabalha. Como podemos compreender e restabelecer a cadeia alimentar? O ecossistema?”, afirma o paleontólogo.

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