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quinta-feira, 21/11/2024
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Fortes chuvas vão continuar no Distrito Federal até março

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Em Brasília

Por causa do bom volume de chuvas recente, os principais reservatórios do DF crescem em ritmo acima das expectativas

Aguaceiro no Plano: em 21 dias, fevereiro ultrapassou a média do mês
(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

Os temporais que caíram no Distrito Federal nos dois últimos dias devem se repetir até a primeira quinzena de março. Graças a dias assim, choveu em três semanas o esperado para o mês todo. O observatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Sudoeste registrou acúmulo de 217,5 milímetros, o mesmo estimado para os 28 dias de fevereiro, de acordo com a média histórica.

 

Para esta terça-feira (22/2), a previsão é de ainda mais chuva. Segundo o Inmet, o tempo continua nublado a encoberto com possibilidade de trovoadas isoladas. A temperatura varia entre 17°C e 28°C.

A meteorologista Morgana Almeida, do Inmet, explica que o DF entrou em um corredor de umidade nesta semana: a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Trata-se de uma faixa de nebulosidade que se estende do sul da Amazônia até o litoral da região Sudeste. “É o principal fenômeno causador das chuvas no Brasil no verão”, comentou a especialista. A partir de domingo, as nuvens devem se dissipar um pouco, mas a previsão de pancadas de chuva está mantida.

Desde a volta definitiva da estação chuvosa, em novembro, só em janeiro o volume de chuvas acumulado não correspondeu às expectativas. Isso depois de um ano de seca. Em 2017, o total acumulado pelo DF ficou 15,46% abaixo dos 1.504,6mm aguardados para o ano, o que levou à decretação do rodízio no abastecimento de água.

A partir da segunda quinzena de março, chuva e sol devem se alternar até meados de maio, quando costuma começar o período seco no DF. Não há previsão de chuva alguma para agosto — o único mês em que o Inmet tem índice médio pluviométrico na série histórica. Porém, no ano passado, não choveu em junho, nem em julho, e Brasília ficou mais de 100 dias consecutivos na seca.

Reservatórios

Por causa do bom volume de chuvas recente, os principais reservatórios do DF crescem em ritmo acima das expectativas. O nível da represa do Descoberto atingiu 54,2% na medição de ontem à tarde. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Esgoto (Adasa) esperava que esse valor só fosse anotado em maio, mês considerado chave para a definição das políticas de recursos hídricos durante a estiagem. Isso representa, ainda, um aumento de quase 50 pontos percentuais em 116 dias. Em 7 de novembro, a barragem do Descoberto marcava apenas 5,3% da capacidade.

Também na análise de ontem, o Santa Maria estava com 40,4% da capacidade, 4,4 pontos percentuais a mais do que o valor de referência para fevereiro. A represa localizada no centro do Parque Nacional de Brasília aumenta e diminui de volume mais lentamente porque o lago é irrigado por menos afluentes do que o Descoberto, que fica em uma bacia maior. Mesmo com a melhora, a Adasa e a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) não falam em fim do racionamento.

Recorde histórico

Em fevereiro do ano passado, o Inmet registrou 258,4mm, 18,8% acima da média. Não há como saber, ainda, se esse valor vai ser superado neste ano. Difícil será atingir os 460,4mm registrados pelo Inmet no mesmo mês de 1980, o fevereiro mais chuvoso do Distrito Federal.

     

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