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segunda-feira, 14/07/2025

Forte onda de calor causa incêndios em Atenas e Creta

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José Henrique Mariante
Berlim, Alemanha (Folhapress)

A Europa enfrenta sua primeira grande onda de calor do ano, que tem quebrado recordes de temperatura em vários países. Em Creta, na Grécia, mais de mil pessoas precisaram deixar suas casas nesta quinta-feira (3) devido a incêndios em áreas florestais e plantações de oliveiras, com centenas de bombeiros trabalhando para controlar as chamas. Ventos fortes de até 100 km/h dificultam o combate ao fogo.

Na região de Atenas, o fogo atingiu Pikermi, um subúrbio da capital, onde uma densa fumaça preta cobre a área próxima ao aeroporto internacional.

Esta onda de calor, que trouxe temperaturas próximas dos 40°C em muitos pontos do continente, também provocou incêndios significativos na Espanha, França, Turquia e Alemanha. Investigação está sendo feita sobre cerca de dez mortes ligadas à onda de calor. Na Catalunha, duas pessoas foram vítimas do fogo que se alastrou rapidamente, destruindo uma área de cerca de 500 hectares na região de Lérida no início da semana.

Na Alemanha, no leste do país, incêndios ocorreram durante toda a quarta-feira (2), afetando centenas de moradores. Na região da Turíngia, uma área florestal em Saalfelder Höhe foi destruída em cerca de 250 hectares, o maior dano do tipo registrado em três décadas.

Na quinta-feira (2), ventos e tempestades ajudaram a reduzir as temperaturas em boa parte da Alemanha, com Berlim chegando a 25°C, uma queda significativa em relação ao dia anterior, quando a capital registrou 38°C, um valor excepcional para o início do verão.

Além do deslocamento de moradores locais, o incêndio em Creta levou à saída de aproximadamente 5.000 turistas, conforme relatos de comerciantes locais à agência Reuters. Embora incêndios nesta região do Mediterrâneo sejam comuns, sua frequência tem aumentado recentemente.

Especialistas atribuem esses eventos às mudanças climáticas causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis. Atualmente, a Europa está sob um domo de calor, que retém uma grande massa de ar quente originado na África.

Naturalmente, a energia solar seria refletida pela superfície do planeta e absorvida pelas nuvens, mas um sistema de alta pressão tem impedido a formação de nuvens, evitando a dissipação do calor e o resfriamento durante a noite. Muitas cidades europeias têm registrado temperaturas noturnas acima de 20°C, chegando próximo a 30°C em alguns locais.

Além disso, o Mar Mediterrâneo também apresenta sua temperatura da superfície elevada, agravando ainda mais a situação. Os oceanos são responsáveis por absorver cerca de 90% do aquecimento causado pela atividade humana.

Durante a semana, governos europeus debateram os impactos da onda de calor nos setores de saúde e urbanismo. De maneira polêmica, a União Europeia anunciou a meta de reduzir as emissões do continente em 90% até 2040, porém os países membros poderão compensar até 3 pontos percentuais com créditos de carbono, uma flexibilização criticada por organizações ambientais.

Alertas de calor intenso permanecem ativos na França e na Itália, onde 18 grandes cidades encontram-se em estado de emergência, com termômetros marcando até 38°C.

Na Suíça, a usina nuclear de Beznau interrompeu a produção em seu segundo reator após ter reduzido parcialmente as operações na quarta-feira (2). O sistema de resfriamento utiliza águas de um rio local, e o calor excessivo poderia provocar danos à fauna e flora da região.

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