Focus com Selic e IPCA, follow-on do Iguatemi, OPA da Gradiente e o que mais move o mercado
O rali para ativos de risco se estende nesta segunda-feira, 12, com as principais bolsas de valores em alta e o dólar em queda no mercado internacional. Nos Estados Unidos, os índices futuros avançam para o maior patamar em duas semanas. Na última sexta-feira, 9, bolsas de Wall Street chegaram ao terceiro pregão positivo, quebrando a sequência de três perdas semanais.
A melhora de humor ocorre mesmo em meio à consolidação das expectativas de um Federal Reserve mais hawkish. A probabilidade de mais uma agressiva alta de 0,75 ponto percentual na decisão da próxima semana vem se firmando próxima de 90%, enquanto a chance de uma elevação mais branda fica cada vez mais próxima de zero. Se confirmado, o ajuste levará o juro americano para entre 3% e 3,25%.
Para a reunião de novembro, apostas de mais uma alta de 0,75 p.p. já surgem no radar. O cenário mais provável, contudo, é de que o ajuste seja dividido entre um mais brando, de 0,50 p.p. para 3,50% e 3,75%, e mais um de 0,25 p.p. em dezembro.
Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a fortalecer o dólar. Por outro lado, perspectivas de que outros bancos centrais, especialmente o europeu, siga uma linha mais dura no controle da inflação têm diminuído o apetite pela moeda americana nos últimos dias.
Na decisão da semana passada, o Banco Central Europeu subiu suas taxas de juros em 0,75 ponto percentual, acima do esperado por parte dos investidores, e sinalizou novas altas nas próximas reuniões. O euro tem ganhado força desde então, se firmado acima de US$ 1. Mas dados do Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) que serão divulgados nesta terça-feira, 13, podem testar a força do euro e o humor do mercado, especialmente se a taxa de inflação não cair como o previsto. O consenso é de queda do CPI anual de 8,5% para 8,1%.
Focus
No Brasil, expectativas para as taxas de juros podem ser revistas pelo boletim Focus nesta segunda, com as projeções passando a incorporar as recentes falas mais duras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo ele, a possibilidade de um novo ajuste na Selic, levando a taxa possivelmente para 14%, ainda está na mesa para a próxima decisão de juros, na quarta-feira que vem, 21.
Já o IPCA abaixo das estimativas divulgado na sexta-feira, 9, deve pressionar mais uma vez a projeção do mercado para a inflação deste ano. Se confirmada, será a 11º queda consecutiva na projeção semanal de economistas para o IPCA de 2022.
Follow-on do Iguatemi
O Iguatemi (IGTI11) anunciou na última sexta que fará uma oferta restrita de, inicialmente, 24,716 milhões units. O follow-on poderá movimentar R$ 500 milhões, considerando cotação do último fechamento, de R$ 20. O anúncio ocorreu paralelamente ao da compra de participação adicional de 36% do Shopping JK por R$ 667 milhões.
OPA da Gradiente
A IGB Eletrônica (IGBR3), da marca Gradiente, registrou o pedido na CVM para realizar uma Oferta Pública de Aquisição, visando fechar o capital da companhia na bolsa. A oferta será de R$ 40,51 por ação. O preço oferecido representa 55% de prêmio em relação ao do último fechamento.