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quinta-feira, 02/10/2025




Flotilha cercada por navios e atacada por drones

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A flotilha internacional que busca enviar ajuda humanitária à Faixa de Gaza relatou que embarcações não identificadas se aproximaram de suas embarcações antes do amanhecer de quarta-feira (1/10), enquanto se dirigiam à área bloqueada por Israel sobre o território afetado pela guerra.

De acordo com os organizadores da missão, dois navios militares israelenses cercaram as embarcações Alma e Sirius. Todos os sistemas de navegação e comunicação foram interrompidos, situação que Thiago Ávila, um dos organizadores brasileiros a bordo, definiu como um “ataque cibernético” durante coletiva de imprensa. Posteriormente, a flotilha conseguiu restabelecer as comunicações.

A Flotilha Global Sumud é composta por mais de 40 embarcações com cerca de 500 pessoas a bordo, incluindo parlamentares, advogados, artistas e ativistas, entre eles a sueca Greta Thunberg, conhecida por sua atuação ambiental. O objetivo é romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza.

Os organizadores comunicaram que estavam se aproximando da área onde outras flotilhas foram interceptadas ou atacadas, e destacaram que as ações hostis colocaram em risco civis de mais de 40 países.

Manobras Perigosas e Ataques com Drones

A identidade dos navios que se aproximaram não foi confirmada. Um vídeo divulgado no Instagram da flotilha mostrou um navio militar israelense realizando manobras próximas às embarcações civis, comprometendo seus sistemas de comunicação antes de se afastar. A gravação evidencia a silhueta de um navio com torre de canhão próximo às embarcações.

A agência Reuters confirmou que o vídeo foi registrado a partir do barco Sirius, com equipamentos que coincidem com as imagens. A identidade da outra embarcação e a data do vídeo não puderam ser verificadas.

Nos últimos dias, a flotilha sofreu ataques de drones que lançaram bombas de efeito moral e substâncias irritantes sobre os barcos. Embora tenha ocorrido danos materiais, não houve feridos.

Israel declarou que usará todos os meios para impedir a chegada dos barcos a Gaza, sustentando que o bloqueio naval é legal no combate ao Hamas.

Navios de Apoio e Monitoramento

A Itália e a Espanha enviaram navios militares para escoltar a flotilha e oferecer assistência emergencial, mas deixaram claro que não intervirão militarmente. Drones turcos também monitoram os barcos. A Itália anunciou que sua marinha cessará a escolta a menos de 150 milhas náuticas de Gaza.

A Espanha informou que seu navio de resgate está posicionado para prestar auxílio se necessário, mas não entrará na zona de exclusão israelense, para garantir a segurança da tripulação e ativistas.

Pedidos de Proteção e Propostas de Compromisso

Itália e Grécia solicitaram que Israel assegure a segurança dos ativistas na flotilha e autorize proteção consular para os participantes. Sugeriram que os ativistas considerem entregar a ajuda à Igreja Católica, que distribuiria a assistência em Gaza, evitando um confronto direto.

Autoridades israelenses têm criticado a missão, afirmando que ela visa provocar em vez de ajudar. Jonathan Peled, embaixador de Israel na Itália, afirmou que a recusa em entregar a ajuda indica intenções provocativas.

Durante a coletiva, Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os territórios palestinos, destacou que qualquer interceptação configuraria violação ao direito internacional e marítimo, pois Israel não possui jurisdição sobre as águas próximas a Gaza.




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