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quinta-feira, 09/10/2025

Fintech envolvida em investigação do INSS tem ligação com aposta suspeita de lavagem de dinheiro

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O empresário Fernando Cavalcanti, investigado por possível esquema de descontos ilegais a aposentados, foi diretor de uma fintech em sociedade com Ernildo Junior, proprietário da Pixbet, casa de apostas que patrocinava o Flamengo e tinha vínculos com políticos do Centrão na Paraíba.

A fintech XBank Digital foi constituída também com a participação do advogado Nelson Wilians, que está sob investigação pela Polícia Federal e pela CPI do INSS por suspeitas envolvendo descontos ilegais.

Procurados, Ernildo Junior e Nelson Wilians não fizeram comentários sobre o caso.

Em nota, Fernando Cavalcanti afirmou que não tem ligações com a Pixbet e que o XBank Digital não evoluiu como negócio. Prestou depoimento à CPI e evitou responder sobre a relação com as apostas.

Nelson Wilians, ex-sócio de Fernando Cavalcanti e advogado da Pixbet e Ernildo Junior, está envolvido em uma investigação da Polícia Federal contra evitação de divisas, operação financeira irregular e lavagem de dinheiro.

O XBank, criado em 2023 e dissolvido oficialmente em junho de 2024, teve como primeiros sócios Cléber Faria Fernandes e Sueli de Fátima Ferretti, ligados a um escritório que abre e transfere sociedades empresariais, consideradas de “prateleira” na CPI da Covid.

Ambos foram associados a outras investigações relacionadas a corrupção durante o governo de Jair Bolsonaro e à participação em um suposto “gabinete paralelo”.

Cléber Fernandes afirmou que seu escritório apenas disponibiliza empresas pré-operacionais, negando vínculos com os investigados.

Funcionamento e encerramento da fintech

O XBank começou como L.P.G.S.P.E Empreendimentos com um capital inicial pequeno e depois foi reestruturado para ter um capital social elevado, apresentando diversas atividades incluindo suporte técnico, consultoria e cobrança.

Após um ano, a empresa foi dissolvida em 2024.

Investigação policial

A Pixbet e seus responsáveis enfrentam inquéritos por suspeitas de evasão de divisas, operação financeira irregular e lavagem de dinheiro, usando apostas online como fachada para remessas ilegais ao exterior.

Decisão judicial autorizou a quebra de sigilos bancários e fiscais de envolvidos, incluindo parentes de Ernildo Junior.

O advogado Nelson Wilians negou irregularidades e disse que não houve indiciamento após três anos da abertura do inquérito.

Nova fase da Operação Sem Desconto incluiu buscas em locais relacionados a Nelson Wilians.

Ele também é investigado por movimentações financeiras suspeitas com outro acusado de desvios em aposentadorias.

Fernando Cavalcanti foi alvo de buscas por suposta ocultação de veículos de luxo, que estavam oficialmente em nome de empresa dele, mas seriam de Nelson Wilians.

Na CPI, Fernando Cavalcanti revelou ter dado um Fusca de colecionador para o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha e ter facilitado um negócio milionário para o escritório do ex-sócio.

A Pixbet foi citada na CPI do INSS com um helicóptero pertencente a Nelson Wilians usado pela casa de apostas, incluindo a exibição da logomarca.

O senador Marcos Rogério levantou dúvidas sobre a real propriedade da aeronave.

Durante a campanha eleitoral de 2024, Ernildo Junior usou a aeronave para viagens na Paraíba, estreitando alianças políticas locais.

A Pixbet patrocinou o Flamengo entre 2024 e 2025, encerrando a parceria antes do previsto.

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