O governo planeja focar em projetos que proponham o fim da jornada 6×1, onde o trabalhador labora seis dias e descansa um, como parte da estratégia para as eleições de 2026. Contudo, líderes partidários avaliam que a aprovação dessa medida no Congresso no próximo ano tem baixa probabilidade.
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, declarou na última sexta-feira (19/12) que o tema será incluído na pauta da Casa.
“A PEC 6×1 está ganhando cada vez mais espaço nas discussões e certamente será abordada no começo do ano. Os partidos vão debater e seguiremos com o procedimento regimental”, afirmou Hugo Motta durante um encontro com jornalistas na residência oficial da presidência da Câmara.
Um dia antes, em evento similar, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), reforçou que a aprovação da proposta é uma prioridade do Palácio do Planalto em 2026, ano em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputará a reeleição.
Líderes do Centrão escutados pelo Metrópoles indicam que, devido ao curto ano legislativo, o governo terá cerca de seis meses para aprovar medidas, já que depois desse período muitos parlamentares estarão em seus estados para campanha eleitoral, dificultando a aprovação de propostas que impactem a economia.
Apesar disso, o tema desperta grande engajamento nas redes sociais. Entre esses líderes, existe a preocupação de que governistas possam usar a resistência do Centrão ao projeto para caracterizar o Congresso como “inimigo do povo”, cenário semelhante ao ocorrido após a aprovação da PEC da Blindagem em 2025.
- O governo aposta no fim da escala 6×1 em 2026, mas líderes veem baixa chance de aprovação;
- Hugo Motta confirma que o tema será tratado no início do ano legislativo;
- Centrão destaca dificuldade devido ao impacto econômico e tempo curto;
- A Câmara busca consenso, enquanto o Senado já aprovou PEC; existem projetos paralelos em andamento.
Não há consenso sobre qual proposta terá prioridade. A Câmara trabalha para acordar em torno de textos que reduzam a jornada semanal em um dia, enquanto o Senado avançou aprovar uma PEC que prevê a diminuição gradual da carga horária para 36 horas semanais.
No início de dezembro, o relator de outro projeto para acabar com a escala 6×1, deputado Leo Prates (PDT-BA), apresentou um substitutivo na Comissão de Trabalho da Câmara. O texto estabelece jornada máxima de 40 horas semanais, com cinco dias de trabalho e dois de descanso.
Essa proposta tramita em paralelo à PEC da deputada Erika Hilton (PSol-SP), apresentada em 2024.

