Com a detenção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seus familiares, principalmente seus filhos mais velhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), começaram a comparar a prisão do líder de direita com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Essas declarações ocorrem com frequência, especialmente nas redes sociais. Eduardo Bolsonaro publicou no X: “Albert Einstein para Lula e Samu para Bolsonaro. Humilhar e exterminar, está claro! Contudo, Bolsonaro é INOCENTE, o que fará seu apoio crescer! Força, presidente Bolsonaro, o povo brasileiro reconhece seu amor e sacrifício por nós!”
Carlos Bolsonaro divulgou uma notícia alegando que Lula recebeu ao menos 572 visitas durante sua prisão, enquanto sua própria família alega passar dias sem poder ver o ex-presidente ou obter informações sobre sua saúde.
Em outra postagem, Carlos afirma que enquanto Bolsonaro enfrenta restrições, Lula tinha direito a equipamentos ergométricos em sua cela. Outro ponto questionado pelos filhos é que Bolsonaro está detido na superintendência da Polícia Federal (PF), não em prisão domiciliar.
No entanto, na ocasião da prisão de Lula, ele também ficou na superintendência da PF, em Curitiba, Paraná. O mesmo tratamento foi dado a Bolsonaro, levando em conta sua posição anterior na República e seu estado de saúde.
Uma diferença é que o caso de Bolsonaro foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília; portanto, ele está na superintendência da PF na capital federal, enquanto Lula estava em Curitiba.
Contradição
Durante as comparações e críticas à prisão de Bolsonaro, internautas resgataram uma postagem antiga de Eduardo Bolsonaro de fevereiro de 2019, onde ele cobrava rigidez contra Lula:
“É um absurdo que Lula não seja transferido a um presídio comum. Onde está a isonomia constitucional? A PF gasta muito reforçando a segurança onde ele está, e muitos veem isso como normal. Alô Polícia Federal, Justiça Federal! Será que a culpa é das leis?”
Condições da prisão de Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou que pessoas indicadas pela defesa de Bolsonaro levem alimentos até ele diariamente. Essa solicitação veio do próprio ex-presidente, que recusou a alimentação da PF por desconfiar da procedência, de acordo com seu filho.
No dia seguinte à prisão, Moraes também autorizou a visita da esposa de Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Na mesma semana, todos os filhos visitaram, exceto Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos e é procurado pela Justiça brasileira.
Além disso, o ministro tem consultado a defesa de Bolsonaro sobre o interesse em receber visitas ou conceder entrevistas à imprensa.

