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domingo, 24/11/2024
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Filho do ex-ministro Edison Lobão é preso pela PF na 65ª fase da Lava-Jato

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Márcio Lobão foi preso no Rio de Janeiro. PF apura o pagamento de propina relacionado as obras de Belo Monte

Ex-senador e ex-ministro Edison Lobão
(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (10/9), a 65ª fase da Lava Jato. Apelidada de Galeria, a operação cumpre 11 mandados de busca e apreensão e 1 de prisão preventiva relacionados ao pagamento de propina na construção de Belo Monte e a Transpetro, subsidiária da Petrobras.
Na ação, Márcio Lobão, filho do ex-senador e ex-ministro Edison Lobão, foi preso. Ele foi detido por volta das 7h no Rio de Janeiro. Esta fase da Lava-Jato ocorre em parceria com o Ministério Público Federal (MPF). Além do Rio, as equipes policiais também cumprem mandados em Brasília. A intenção é aprender documentos e arquivos de informática que ajudem no aprofundamento das investigações.
De acordo com o MPF, as buscas objetivam aprofundar investigações de crimes de lavagem de dinheiro e corrupção em obras da Transpetro e Belo Monte. As investigações apontam que, ao menos entre 2008 e 2014, Edison Lobão e Márcio Lobão solicitaram e receberam R$ 50 milhões propinas dos Grupos Estre e Odebrecht.
A operação também investiga benefícios em mais de 40 contratos, cujo valor chega a cerca de R$ 1 bilhão, celebrados pelas empresas Estre Ambiental, Pollydutos Montagem e Construção, Consórcio NM Dutos e Estaleiro Rio Tietê.  Os investigadores apontam que, em ambos esquemas, há provas que as propinas foram entregues em espécie em escritório advocatício ligado à família Lobão, localizado no Rio de Janeiro.
Busca em Brasília é realizada em enderenço no Sig
(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Edison Lobão terminou o mandato de senador em 31 de janeiro. Antes, ele foi ministro de Minas e Energia do Brasil, entre 21 de janeiro de 2008 e 31 de março de 2010, no governo dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT.

Lavagem de dinheiro

Nas lavagens de dinheiro cometidas por Márcio Lobão, diz o MPF, houve aquisição e venda de obras de arte com valores sobrevalorizados, simulação de operações de venda de imóvel e de empréstimo com familiar, interposição de terceiros em operações de compra e venda de obras de arte e movimentação de valores milionários em contas abertas em nome de empresas offshore no exterior. Aumentando o seu patrimônio em R$ 30 milhões.
“Por isso, também são alvo dos mandados de busca e apreensão endereços de galeria de arte e de agentes financeiros que atuavam perante bancos, a exemplo do Julius Bär, gerindo contas de Márcio Lobão no exterior”, diz o MPF.
“As fortes evidências do envolvimento de Márcio Lobão, por longo período, em diversas operações de lavagem de capitais e em crimes de corrupção relacionados a diferentes obras públicas e grupos empresariais, bem como os indicativos de que permanece, ainda em 2019, praticando atos de lavagem de dinheiro, motivaram a decretação da prisão preventiva”, prossegue.
Na nota, o procurador da República e coordenador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, diz que “a Lava-Jato continua rompendo a aura de intocabilidade de poderosos. A equipe segue unida e, enquanto for possível, prosseguirá seu trabalho”, afirma.
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