O influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo, procurado pela Justiça brasileira e atualmente residindo nos Estados Unidos, declarou, nesta terça-feira (9/9), que a equipe de advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu erros na defesa do ex-mandatário diante dos ministros da Primeira Turma do STF.
Na tarde de terça (9), o STF retomou o julgamento da ação penal 2668 que analisa acusações contra Bolsonaro e outros sete réus por suposta conspiração para golpe de Estado. O ministro Alexandre de Moraes votou pela condenação dos oito acusados.
Figueiredo avaliou o voto de Moraes em suas redes sociais: “O que o ministro Alexandre comprovou: 1. Bolsonaro tem a firme convicção de que houve fraude em sua eleição; 2. Por isso, buscou alternativas dentro das possibilidades legais, como GLO, artigo 142 e estado de sítio; 3. Sem soluções para reverter o golpe que acredita ter sofrido, decidiu deixar o Brasil e morar nos EUA.”
“O ponto crucial da defesa de Bolsonaro e dos demais acusados foi a recusa em admitir claramente o primeiro ponto e as suas justificativas. Talvez isso tenha ocorrido por medo. Porém, sem essa admissão, as outras ações perdem a base racional”, acrescentou Paulo Figueiredo.
Durante seu voto, Moraes resumiu o caso, detalhando cronologicamente o papel de Bolsonaro, apontado como o líder da suposta organização criminosa, e dos outros acusados na tentativa do golpe.
“Este julgamento não discute a existência ou não da tentativa de golpe ou a supressão do Estado de Direito. O foco é a autoria. Não há dúvidas nas condenações anteriores quanto à tentativa de golpe, supressão do Estado de Direito e existência de organização criminosa”, destacou o ministro ao proferir o primeiro voto entre os cinco ministros da Primeira Turma do STF.
No começo da tarde, o relator respondeu a dúvidas das defesas: “A tentativa já consuma o crime. Todos os atos executados entre junho de 2021 e 8 de janeiro de 2023 configuram atos consumados do golpe, ainda que o golpe não tenha sido plenamente concretizado”.
Figueiredo figura entre os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento na suposta trama golpista. Ele foi acusado de incentivar militares em discursos públicos e de divulgar documentos relacionados ao esquema conspiratório.