Quase seis em cada dez trabalhadores, ou 57,3%, acreditam que conseguir um emprego no Brasil está difícil ou muito difícil no momento. Em contrapartida, 20% acham que está fácil ou muito fácil encontrar trabalho, segundo a pesquisa da Sondagem do Mercado de Trabalho realizada em setembro pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Sobre a situação atual, 14,9% dos entrevistados disseram que está muito difícil achar emprego; 42,4% afirmaram que está difícil; 22,7% disseram que está normal; 17,9% consideram fácil; e 2,1% veem como muito fácil.
Quanto ao futuro, 33,3% acreditam que o mercado de trabalho brasileiro vai piorar nos próximos seis meses, e 6,0% preveem que vai ficar muito difícil. Já 32,2% esperam que a situação fique normal; 27,3% acham que ficará fácil; e 1,2% acreditam que vai ser muito fácil.
Rodolpho Tobler, economista do Ibre/FGV, comentou que, mesmo com o mercado aquecido e taxas de desemprego baixas, a maioria dos trabalhadores sente alguma dificuldade para arrumar emprego. Ele destaca que as expectativas de desaceleração econômica já influenciam a visão negativa do mercado, e que a alta base de comparação também contribui para isso. Apesar disso, ainda há uma parte considerável das pessoas que acreditam na estabilidade, um ponto positivo diante do momento atual do mercado.
A pesquisa também indicou uma leve queda no percentual de pessoas muito satisfeitas com seu emprego principal, de 15,3% em agosto para 14,1% em setembro. Por outro lado, o grupo de satisfeitos cresceu de 59,7% para 62,2%, e os insatisfeitos reduziram de 7,1% para 6,8%.
Além disso, aumentou a quantidade de trabalhadores que consideram sua renda suficiente para cobrir despesas essenciais, passando de 69,1% em agosto para 70,0% em setembro.