Pesquisas da Yara em parceria com a Embrapa comprovam que adubação equilibrada com fertilizantes nitrogenados potencializa qualidade e quantidade colhida
A população mundial pode chegar a 10 bilhões em 2050. Como manter uma produção de alimentos suficiente para abastecer essa população? Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o caminho passa pela adoção, urgente, de modelos de agricultura e de manejo no campo mais sustentáveis.
Alimentar o mundo sem degradar o meio ambiente é o grande desafio a ser enfrentado no próximo século, e a Yara Brasil – líder mundial em nutrição de plantas –, vem se empenhando para buscar soluções por meio de seu conhecimento centenário, aliado à ciência e à tecnologia.
Não à toa, nos últimos anos a empresa vem conduzindo estudos pioneiros voltados para o aumento de produtividade, à qualidade nutricional do alimento e à redução do impacto ambiental no ecossistema agrícola. Somente em 2022, são mais de 150 projetos científicos conduzidos no Brasil, em parceria com 48 instituições de ensino e pesquisa.
As vantagens do uso de fertilizantes
O que já se descobriu é que a escolha adequada de fertilizantes produzidos por meio de processos industriais mais limpos, associados à aplicação equilibrada de nutrientes, considerando todas as boas práticas de manejo, e envolvendo suas interações com o solo e o clima local, é capaz de aumentar a produtividade e reduzir a pegada de carbono por meio da diminuição das emissões de gases de efeito estufa e pela melhor performance da lavoura.
“Os fertilizantes permitem aportar os nutrientes necessários ao solo de forma equilibrada, aumentando a eficiência no uso da água e da luz que chegam para cada hectare. Ou seja, a correta fertilização otimiza os recursos disponíveis”, explica o agrônomo Vitor Vargas, pesquisador da Yara.
Sustentabilidade no campo
Neste contexto tem se destacado o desempenho dos fertilizantes à base de nitratos, objeto de pesquisa realizada pela Yara em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão.
O estudo, realizado nos últimos nove anos, vem analisando os efeitos deste insumo em substituição à ureia nas lavouras de milho. A ureia é o principal fertilizante nitrogenado mineral usado na produção de culturas como milho e cana-de-açúcar no Brasil. As duas culturas são as que mais consomem fertilizantes nitrogenados no país. A análise considera não apenas os efeitos na produtividade mas também a eficiência do uso do nitrogênio pela planta e as emissões de gases de efeito estufa desde o processo de produção dos fertilizantes nitrogenados na fábrica até a aplicação na lavoura.
“Decorridas oito safras de avaliação da cultura do milho, a pesquisa reforçou que o uso deste tipo de fertilizante contribuiu para o incremento de produtividade, com um aumento de 9% se comparado com a prática convencional que usa ureia como fertilizante, e proporcionou um aumento na eficiência de uso de nitrogênio superior a 7%. É um ganho de dez sacos ou 600 kg de milho por hectare ao ano. A média nacional fica ao redor de 5.500 kg”, explica Vargas.
O especialista destaca, ainda, que estudos semelhantes têm sido desenvolvidos com outras culturas, e os resultados são igualmente expressivos.
“As pesquisas sobre os impactos deste insumo nas plantações de café vêm sendo realizadas há seis safras e, a partir do quarto ano, foi possível observar um aumento de produtividade em relação à ureia. Isso representa um incremento médio de quatro sacas de café arábica por hectare ao ano. Quando se compara a uma condição sem adição de fertilizante, o incremento é superior a 155%, demonstrando a importância do uso de fertilizantes na produção de alimentos. Já no cultivo de laranjas, observamos que o uso de nitratos aplicados via irrigação contribui inclusive para uma melhor estrutura celular, o que potencialmente reduz a incidência de doenças”, conta o pesquisador.
Os efeitos do fertilizante à base de nitrato são observados, também, nos impactos positivos ao meio ambiente. “Sua utilização reduz praticamente em 90% a volatilização de amônia em relação ao uso de ureia, independentemente da cultura, o que tem influência direta na qualidade do ar e nas emissões indiretas de gases de efeito estufa. Percebemos, ainda, que quando se consideram as emissões totais de gases de efeito estufa, desde a produção do fertilizante até o seu uso na lavoura, a utilização de fertilizantes à base de nitrato oferece uma redução de até 20% na pegada de carbono para produzir 1 tonelada de milho”, diz Vargas.
Amônia verde
Na busca constante por soluções inovadoras que aumentem a produtividade agrícola e contribuam para a produção de alimentos de forma sustentável, a Yara recentemente anunciou uma parceria com a Raízen para a aquisição diária, a partir de 2023, de 20 mil m3 de biometano, insumo derivado do biogás e produzido de resíduos orgânicos.
Este é o primeiro passo para a produção de amônia verde no Brasil e permitirá, no curto prazo, o desenvolvimento de soluções sustentáveis tanto em nitratos para aplicação industrial como para os fertilizantes nitrogenados.
Globalmente, a Yara já desenvolve outros projetos de amônia verde – por exemplo, baseados em energia eólica, energia solar e energia elétrica hídrica –, porém, esta é a primeira iniciativa utilizando o biometano, considerado a base para uma economia circular.
A aquisição deste volume permitirá a substituição gradativa do uso de gás natural, reduzindo, no mínimo, 80% as emissões.
A partir da amônia verde, a oferta do fertilizante verde passa a ser uma realidade, com um impacto positivo para toda a cadeia do agronegócio – agricultor, indústria de alimento e consumidor final. É aquele jogo de ganha-ganha no qual todos são beneficiados.