Um estudo divulgado no British Medical Journal (BMJ), publicado na quinta-feira, 25 de setembro, revelou que determinados ferimentos sofridos por palestinos durante as ofensivas israelenses na Faixa de Gaza são parecidos com aqueles observados em militares em zonas de guerra. Contudo, no território palestino, essas lesões atingem crianças e adultos que vivem em áreas civis.
De acordo com a pesquisa, traumas múltiplos causados por explosões, amputações severas, queimaduras graves e ferimentos penetrantes na cabeça não são casos isolados, mas sim parte da rotina diária dos profissionais de saúde que atuam no território palestino.
A fome na Faixa de Gaza tem se intensificado nos últimos meses devido ao conflito entre Israel e Hamas. A região está sob um cerco rigoroso das forças israelenses, que desencadearam uma ofensiva abrangente para retomar o último reduto do Hamas na área. Até o momento, apenas o Hamas concordou com um cessar-fogo, enquanto Israel condiciona o fim das hostilidades à libertação dos reféns israelenses sequestrados em 7 de outubro de 2023.
A pesquisa também destacou que a maioria dos profissionais entrevistados, incluindo médicos, já tinha experiência em zonas de conflito ativo e afirmou que a gravidade e a escala dos traumas em Gaza superam qualquer situação anterior que tenham vivenciado.
Os dados da pesquisa incluem apenas aqueles que sobreviveram tempo suficiente para buscar atendimento médico, excluindo vítimas de explosões massivas e bombardeios devastadores.
O estudo enfatiza que os profissionais de saúde palestinos conseguem manter os hospitais funcionando apesar dos bombardeios constantes, muitas vezes sem eletricidade, anestésicos ou suprimentos essenciais. Eles relatam que os médicos dependem de quaisquer registros ou anotações disponíveis para continuar o atendimento.
Com base em dados coletados entre agosto de 2024 e fevereiro de 2025, a pesquisa revisada por pares evidencia o impacto dos ataques aéreos indiscriminados e do uso de armamentos pesados em áreas civis.
O Ministério da Saúde da Palestina comunicou que desde o início da ofensiva israelense em 7 de outubro de 2023, o número total de vítimas ultrapassa 65 mil mortos e 167 mil feridos.