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quarta-feira, 17/09/2025

Fed reduz juros dos EUA pela primeira vez em 2025

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MATHEUS DOS SANTOS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O banco central dos Estados Unidos, conhecido como Fed (Federal Reserve), decidiu diminuir a taxa de juros para um intervalo entre 4% e 4,25% ao ano. Este é o primeiro corte de juros feito pelo Fed em 2025. A redução foi de 0,25 ponto percentual, conforme a maioria dos analistas esperava para esta reunião.

Os juros estavam fixados entre 4,25% e 4,50% desde dezembro de 2024, quando também houve um corte de 0,25 ponto percentual. Durante cinco reuniões ao longo deste ano, o Fed escolheu manter a taxa estável.

O presidente do Fed, Jerome Powell, já havia indicado que a queda dos juros poderia acontecer, citando como motivo os sinais de desaceleração no mercado de trabalho dos EUA.

A inflação no país permanece resistente, crescendo 2,6% em julho. No entanto, o ritmo de criação de empregos tem diminuído, com as empresas reduzindo contratações. Por isso, o Fed está focado principalmente na situação do mercado de trabalho.

“Esta combinação incomum de inflação persistente e mercado de trabalho mais fraco sugere que os riscos de desemprego estão aumentando. Se isso acontecer, pode ser rapidamente percebido por meio de mais demissões e maior desemprego”, afirmou Powell no Simpósio de Jackson Hole em agosto.

Essa decisão de cortar os juros acontece enquanto o ex-presidente Donald Trump critica a independência do Fed. Na segunda-feira (15), ele pediu que o banco reduza os juros de forma mais agressiva.

Trump até sugeriu que poderia nomear a si próprio para liderar o Fed e afirmou que a taxa de juros poderia estar até dois ou três pontos percentuais mais baixa, chamando Powell de “burro” e “idiota” por manter os juros nesse patamar.

Recentemente, Trump também tentou destituir Lisa Cook, a única diretora negra do Fed, acusando-a injustamente de fraude, mas um tribunal não aprovou essa demissão.

Na segunda-feira (15), Trump conseguiu a aprovação para o seu indicado ao conselho do Fed, Stephen Miran, com uma votação apertada no Senado.

Agora, Trump tem três indicados no conselho que decide a política monetária. Outros dois membros, Christopher Waller e Michelle Bowman, que votaram contra manter os juros na última reunião, também foram indicados por ele.

Se Trump conseguir substituir Lisa Cook, ele poderá ter quatro dos sete membros fixos no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), aumentando sua influência nas decisões sobre juros nos EUA.

Esse ciclo de redução dos juros nos EUA pode aumentar a diferença entre as taxas de juros americanas e brasileiras, beneficiando os ativos do Brasil e enfraquecendo o dólar em relação ao real.

Se o Banco Central do Brasil mantiver a taxa Selic em 15%, como previsto, a diferença dos juros entre os dois países chegará a 10,75 pontos percentuais, considerando o limite máximo da taxa nos EUA.

Quanto maior essa diferença, mais atraente fica a estratégia chamada “carry trade”. Essa estratégia consiste em pegar dinheiro emprestado com juros baixos, como os dos EUA, para investir em ativos que tenham alto rendimento, como títulos brasileiros.

Dessa forma, o carry trade traz mais dólares para o Brasil, ajudando a valorizar o real. Na terça-feira (16), o dólar fechou cotado a R$ 5,298, beneficiado pela expectativa de corte dos juros nos EUA. Desde janeiro, o dólar caiu 14% frente ao real.

O índice Ibovespa, principal da Bolsa de Valores brasileira, estava em 145 mil pontos no início da chamada ‘Superquarta’, com aumento de investimentos estrangeiros na bolsa.

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