O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, declarou perante o Congresso nesta terça-feira (24) que o banco central dos Estados Unidos não tem pressa para reduzir as taxas de juros principais, mesmo com opiniões divergentes dentro da instituição e a forte pressão do presidente Donald Trump.
“No momento, estamos bem posicionados para aguardar e analisar melhor o provável desenvolvimento econômico antes de promover qualquer mudança na nossa política monetária”, enfatizou.
Powell explicou que o Fed precisa evitar que um aumento temporário nos preços se transforme em um problema inflacionário permanente.
Ele comentou diante do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados, seguindo declarações recentes de dois governadores do banco central sobre possíveis cortes nos juros já a partir de julho.
Embora Powell tenha dito que prefere não comentar as opiniões de seus colegas, mencionou que outros membros podem apoiar a redução de juros mais cedo, caso a inflação diminua mais do que o esperado ou o mercado de trabalho apresente sinais de enfraquecimento.
Taxas de juros menores facilitam o crédito, incentivando o consumo e os investimentos.
Após reduzir as taxas em dezembro, o Fed manteve as taxas de referência estáveis entre 4,25% e 4,50% neste ano.
Powell pretende avaliar melhor como as tarifas comerciais impostas pelo presidente Trump a parceiros internacionais afetarão a economia americana.
Pedidos por redução dos juros
Pouco antes do depoimento de Powell, o presidente Donald Trump voltou a solicitar cortes nas taxas de juros, sugerindo que elas deveriam ser pelo menos dois ou três pontos percentuais menores, já que a inflação permanece moderada.
“Espero que o Congresso realmente pressione essa pessoa teimosa e pouco inteligente”, escreveu Trump em sua rede social, Truth Social.
Powell afirmou que ainda não é claro como as preocupações com as políticas comerciais dos EUA, que geraram tarifas mais altas desde o retorno de Trump ao poder, impactarão os gastos e investimentos no país.
“Os aumentos nas taxas este ano provavelmente vão elevar os preços e desacelerar a atividade econômica”, disse, acrescentando que, apesar da elevada incerteza, a economia americana está sólida.
Economistas alertam que as tarifas podem aumentar a inflação e prejudicar o crescimento, embora os efeitos mais amplos sejam limitados até o momento, em parte porque Trump adiou as tarifas mais severas.
Segundo o presidente do Fed, a maioria significativa do comitê de política monetária ainda considera apropriado reduzir os juros ainda este ano.