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terça-feira, 17/06/2025




Febraban considera exagero preocupação dos supermercados com crédito consignado CLT

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MAELI PRADO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Os principais cinco bancos oferecem taxas de juros menores que a média do mercado para o crédito consignado CLT, informa a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que critica como exagerada a preocupação da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) sobre o impacto desse tipo de empréstimo nos colaboradores do setor.

Segundo uma reportagem da Folha de S.Paulo, a Abras apresentou ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) dados indicando que 20.734 trabalhadores de supermercados tomaram crédito consignado CLT com juros médios de 6,98% ao mês, equivalente a 124,7% ao ano. Para a associação, essa situação poderia incentivar demissões entre funcionários endividados.

Isaac Sidney, presidente da Febraban, em comunicado afirmou: “Diferente do exagero apontado pela Abras, a Febraban vê com otimismo o desenvolvimento dessa nova linha de crédito consignado, que tem grande potencial para alcançar uma vasta parcela da população e oferecer aos trabalhadores juros muito mais baixos do que aqueles disponíveis anteriormente”.

A entidade explica que a taxa média de juros aplicada pelo Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander foi de 2,58% ao mês desde o lançamento do programa, em 21 de março de 2025, até 13 de junho. No mesmo período, a média geral segundo o Banco Central foi de 3,58% ao mês.

“A média mensal das taxas, de 3,58%, demonstra que a maioria dos contratos tem juros consideravelmente inferiores aos mencionados pela Abras”, reforça Sidney. A Abras, solicitada para comentar, não se manifestou até o momento.

Dados da Febraban indicam que em 13 de junho o saldo de crédito consignado CLT chegou a R$ 15,9 bilhões. Os grandes bancos atualmente respondem por 46% deste total, crescimento em comparação aos 35,8% registrados no final de abril.

Além disso, enquanto os maiores bancos cobram uma taxa média de 2,58% ao mês, outras instituições financeiras aplicam juros de 4,43%.

“A taxa dos cinco maiores bancos diminui significativamente a média geral do consignado, mesmo com um público diversificado e que oferece maior risco de crédito”, destaca Sidney.

O consignado CLT prevê que, a partir de julho, os bancos possam utilizar como garantia 10% do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e das verbas rescisórias. Essa medida visa facilitar o acesso ao crédito e reduzir as taxas de juros para trabalhadores do setor privado, estimulando a concorrência entre os bancos por meio de leilões.

Os grandes bancos privados demoraram para disponibilizar esse tipo de empréstimo, enquanto bancos menores, preocupados com a alta rotatividade do setor, oferecem juros que são considerados altos para um crédito com garantia, como o consignado.

Isaac Sidney explica que essa demora ocorreu por ajustes nos sistemas, mas a participação desses bancos aumentou a partir do final de abril, quando o produto começou a ser oferecido via aplicativos.

“Embora possam ter existido casos isolados de cobrança excessiva, prática condenada pela Febraban, essa linha de crédito tem potencial para facilitar ofertas mais vantajosas, permitindo que trabalhadores obtenham empréstimos mais baratos ou substituam dívidas caras por condições melhores de prazos e juros”.

Segundo a Febraban, o consignado CLT já beneficiou 2,8 milhões de trabalhadores, com valor médio de R$ 5.537 por operação e prazo médio de 18 parcelas.




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