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terça-feira, 16/12/2025

Febraban avisa consumidores sobre golpe do falso advogado

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Júlia Galvão
Folhapress

Golpistas têm usado dados públicos de processos judiciais para aplicar o golpe conhecido como “falso advogado” via aplicativos de mensagem, mirando pessoas que esperam decisões judiciais ou valores a receber. Conforme a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), esses criminosos utilizam informações públicas para contactar clientes de advogados e enganá-los.

No golpe, a pessoa cria um perfil falso usando nome, foto e dados reais de um advogado registrado na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Enviam mensagens dizendo que ganharam ações judiciais e pedem o pagamento antecipado de taxas, custas ou impostos, geralmente via Pix, para liberar o dinheiro.

A Febraban alerta que os golpistas muitas vezes mandam documentos falsos e links perigosos que podem clonar o celular e roubar informações pessoais.

Segundo Walter Faria, diretor-adjunto de serviços e segurança da Febraban, os consumidores devem desconfiar de mensagens que cobram taxas urgentes, especialmente se o número que enviou for diferente do número real do advogado. Ele recomenda ligar diretamente para o advogado, fazer chamadas de vídeo ou encontrar o profissional pessoalmente em caso de dúvida.

Os golpistas podem ainda pedir informações sigilosas como documentos pessoais, senhas e números de cartão de crédito, que nunca devem ser compartilhadas.

Vicente de Chiara, diretor jurídico da Febraban, enfatiza que a Justiça não cobra valores antecipados para liberar indenizações ou resolver processos. Em caso de tentativa de golpe, é importante guardar provas como prints das mensagens, chave Pix e número de telefone para registrar boletim de ocorrência.

Como se proteger do golpe do falso advogado

  • Fique alerta se receber mensagem de número desconhecido afirmando ser seu advogado ou representante do escritório;
  • Desconfie de pedidos de pagamento antecipado para liberação de processos judiciais, pois a Justiça não cobra essas taxas;
  • Cuidado com pressão para pagamentos urgentes e nunca envie dados pessoais por mensagem;
  • Em dúvida, ligue diretamente para seu advogado, prefira chamada de vídeo ou visitas presenciais.

Prisões e operações policiais

Em outubro, a Polícia Civil de Santa Catarina prendeu cinco pessoas numa operação que desarticulou uma quadrilha que aplicava o golpe do falso advogado, com prisões também no Ceará. A operação, chamada Litis Simulatio, contou com apoio do Ministério da Justiça e polícias civis do Ceará e Rio de Janeiro.

O grupo focava em pessoas com processos em andamento, principalmente causas previdenciárias e precatórios. As investigações começaram após denúncia de vítima em Florianópolis que pagou cerca de R$ 270 mil a criminosos que fingiam ser advogados ou secretárias.

Os acusados podem responder por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem passar de 15 anos, além de multas e perda de bens.

Em agosto, outra operação em Santa Catarina também cumpriu mandados contra suspeitos do golpe em seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte. Ao todo, 11 pessoas foram presas, e os prejuízos às vítimas chegaram a R$ 100 mil.

A OAB SP recebeu 3.977 denúncias de uso indevido de credenciais de advogados para golpes via WhatsApp entre fevereiro e setembro, com 76,3% resultando em perdas financeiras para os clientes.

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