Funcionária do Hospital Regional de Taguatinga começou a diluir substâncias prescritas para bebês em água e açúcar. Até então, hospitais jogavam fora parte que não era administrada.
A farmacêutica de Brasília Eva Ferraz Fontes, do Hospital Regional de Taguatinga, criou um xarope para diluir em base de água e açúcar os medicamentos que são recomendados para cada paciente, na maioria crianças e bebês. São 37 tipos de xaropes diferentes que podem gerar economia no uso dos remédios prescritos.
“Antigamente, a enfermagem pegava um comprimido, diluía na seringa em 10 mLde água, tirava a quantidade necessária para o paciente e o restante tinha que jogar fora. Então, se o paciente tomasse aquela medicação três vezes por dia, pegava três comprimidos e, dependendo da quantidade e do tempo, agora a gente pega o comprimido, dilui e dura uma semana”, explicou a farmacêutica.
Em janeiro, o hospital produziu 47 litros de xarope, atendendo os pacientes internados e fornecendo o medicamento para que outras crianças continuem o tratamento em casa. A iniciativa começou há três anos e já está sendo implantada em outras unidades da rede pública.
“De dez em dez dias o pessoal do hospital de apoio faz o pedido da morfina e a gente faz a produção. Eles administram na dose correta para aliviar a intensidade das dores desses pacientes”, informou o farmacêutico Thiago de Sousa Lima.
A mãe de um bebê que nasceu pré-maturo e apresentou complicações logo após o parto afirma que após o uso do xarope o filho está cada vez melhor. “Esse medicamento realmente está ajudando ele muito.”
O Hospital Regional de Santa Maria, por exemplo, segundo Eva, é um dos que tem maior demanda. Eles enviam a receita e recebem em média 70 frascos dos xaropes por semana. Há três meses, o hospital de apoio que cuida de pacientes terminais também passou a utilizar o xarope que dilui em água e açúcar os medicamentos.