Promovido pela Esfera Brasil, encontro reuniu ministros e autoridades. Alckmin disse que aprovação da reforma é prioridade por trazer eficiência econômica
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), afirmou nesta sexta-feira (3) que fará a reforma tributária possível e ressaltou que há diferentes propostas em discussão. “A gente vai ter que ter muita paciência porque todo mundo tem uma reforma tributária própria. Quando começa a sair do quadrado de 50 por 50, começa a ficar ruim aqui e não dá. A gente vai quebrar alguns ovos e fazer a possível primeiro”, disse durante o jantar em Brasília, promovido pela Esfera Brasil, para homenageá-lo pela reeleição histórica, com 464 votos.
O encontro ocorreu na casa do CEO da União Química, Fernando Marques, na presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Alinhado ao que propôs Lira, Alckmin garantiu que a reforma tributária é prioridade: “Ela traz eficiência econômica. Não é para aumentar imposto, é para simplificar. Tem um estudo que mostra que, em 15 anos, pode aumentar 10% do PIB”.
O jantar reuniu autoridades, entre elas Celina Leão (PP), governadora em exercício do Distrito Federal, o ministro Carlos Horbach do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e o ex-ministro das Cidades, Alexandre Baldy. Também empresários como o CEO do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, e Rafael Furlanetti, que é sócio-diretor institucional da XP Investimentos.
Em discurso, a CEO da Esfera Brasil, Camila Camargo, pediu a Lira que o Congresso dê atenção às pautas de interesse nacional, como a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal e o fim do voto de qualidade no Carf, que dá ao Fisco o poder de desempate em processos administrativos.
“O Brasil não vai mais atrair capital estrangeiro para os negócios enquanto os investidores não sentirem que há segurança política e jurídica. É urgente a redução e a simplificação da carga tributária no país, que penaliza o bom pagador e, muitas vezes, isenta o sonegador”, ressalta.
Reformas e crescimento
Aos empresários, o presidente da Câmara prometeu seguir com as reformas e a aprovação de leis que auxiliem o crescimento econômico. “A facilitação da vida dos negócios no Brasil tem que estar em primeiro lugar porque é o setor que gera renda, empregos e sustenta a máquina”, enfatiza.
Lira prometeu também discutir a âncora fiscal dentro do prazo da PEC da Transição e destacou que vai revisitar os temas com apoio da Câmara, senadores, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), porque “todas as opiniões são importantes”.
Arthur Lira ainda lembrou a polarização no Brasil, que culminou nos atos de vandalismo de 8 de janeiro na sede dos Três Poderes. “Nossa luta vai ser encontrar esse ponto de equilíbrio, uma base que favoreça as votações, uma condução desse país com os limites que todas as regiões impõem, e o Congresso vai ter sabedoria para fazer em harmonia o caminho político de parceria ombro a ombro, sem invadir o território de ninguém”, conclui.