Uma denúncia anônima de violência doméstica levou a Polícia Militar de Minas Gerais a desvendar a farsa de um homem que se passava por major do Exército em Belo Horizonte (MG). André Lefon Ribeiro de Souza Martins, de 24 anos, foi detido na quinta-feira (20/11) após ameaçar de morte sua esposa, e durante a abordagem, sua história falsa foi revelada.
Ao ser questionado, André admitiu que não era militar de carreira, tendo apenas cumprido o serviço militar obrigatório. No entanto, o pai da vítima, presente no momento, negou essa versão, afirmando que o agressor sempre disse ser integrante da Inteligência do Exército e que teria sido promovido recentemente.
De acordo com o registro policial, André teria se casado com a mulher, que usava farda, há cerca de dois meses, utilizando uma certidão de casamento falsa. A cerimônia teria sido realizada por um amigo de André, dentista, que se fez passar por juiz de paz.
Além disso, as investigações apontam que André enganava a esposa e a família dela, contando que havia sido aprovado em um processo seletivo da Interpol e solicitando dinheiro para um curso obrigatório, totalizando mais de R$ 50 mil em depósitos.
Na residência do casal, a polícia apreendeu objetos que fortalecem as suspeitas de fraude: simulacro de arma de fogo, distintivo de agente federal de inteligência, carteira do Exército Brasileiro, uniformes do Exército e documentos falsificados do Diário Oficial da União.
Essa não é a primeira vez que André comete esse tipo de crime. Ele já foi preso em 2022, em Varginha, por se passar por médico.
Atualmente, André responde pelos crimes de falsificação de documento público, estelionato, usurpação de função pública e uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar.
Na sexta-feira (21), após pagar fiança de R$ 3 mil, ele teve a liberdade provisória concedida pela Justiça, devendo usar tornozeleira eletrônica por 120 dias e manter uma distância mínima de 200 metros da vítima.