As ações da Bavarian Nordic, fabricante dinamarquesa da vacina contra a varíola dos macacos, registraram uma alta de até 17% nesta quinta-feira, 15, impulsionadas pela crescente preocupação com o vírus. O movimento estende os ganhos acumulados da empresa para 31% em dois dias, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar o vírus uma emergência de saúde pública de preocupação internacional. As informações são da Business Insider.
A decisão da OMS reflete o aumento do risco de que o surto da varíola dos macacos, que teve origem na África, possa se espalhar globalmente. Em resposta à declaração, a demanda por vacinas para combater a doença, que se espalha rapidamente, tem crescido, embora o fornecimento pareça ser limitado.
Em entrevista à Bloomberg, o CEO da Bavarian Nordic,Paul Chaplin, afirmou que a empresa está pronta para enfrentar o desafio nos países africanos e se comprometeu a fornecer 10 milhões de doses da vacina até o final de 2025. Chaplin destacou que a empresa já possui 300 mil doses prontas para envio, mas ressaltou que ainda faltam pedidos para que essas vacinas sejam distribuídas.
Crescimento do mercado
Durante o surto de 2022, a Bavarian Nordic foi a única empresa aprovada para produzir uma vacina contra a varíola dos macacos. No entanto, a demanda esmagadora forçou a empresa a considerar a terceirização da produção para atender à necessidade global.
O anúncio da nova emergência global também impulsionou outras empresas do setor de saúde ao redor do mundo. No Japão, a fornecedora de ferramentas médicas Precision System Science viu suas ações subirem até 39% na quarta-feira, 14. Na China, empresas focadas em produtos de detecção de vírus, como a Shanghai ZJ Bio-Tech, tiveram ganhos de até 8,4%. Outras companhias, como Daan Gene e Assure Tech Hangzhou, superaram o índice de referência CSI 300.
Antes mesmo da declaração da OMS, especialistas já alertavam sobre a gravidade da nova cepa da varíola dos macacos, que surgiu em setembro e já se espalhou por pelo menos seis países africanos, infectando cerca de 15 mil pessoas. Em junho, um professor da Universidade de Ruanda classificou a cepa como “indiscutivelmente a mais perigosa de todas as conhecidas”.