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sexta-feira, 21/11/2025




Exportações brasileiras livres de taxas chegam a cerca de US$ 15 bilhões, diz CNI

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Um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 37,1% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, correspondendo a aproximadamente US$ 15,7 bilhões, não enfrentam tarifas adicionais. Pela primeira vez desde agosto, esse percentual supera a parcela sujeita à tarifa combinada de 50%, que ainda atinge 32,7% das vendas.

Essa mudança se deve à ampliação, por parte de Washington, da lista de produtos brasileiros liberados da taxa especial de 40%, criada exclusivamente para o Brasil durante as disputas comerciais entre os dois países. Foram adicionados 238 itens a essa isenção.

A lista inclui produtos com grande presença no consumo dos EUA, como carne bovina, café e cacau, o que é interpretado pela indústria como um sinal de melhora nas relações comerciais.

A decisão foi anunciada pelo presidente Donald Trump em 20 de novembro e representa uma alteração nas barreiras comerciais em um ano de políticas norte-americanas mais rígidas.

Contudo, a CNI destaca que 62,9% das exportações brasileiras ainda estão sujeitas a algum tipo de tarifa, seja horizontal ou setorial, como as taxas específicas sobre aço, alumínio e cobre, aplicadas na chamada Seção 232. Entre estes, 7% enfrentam uma tarifa recíproca de 10%, 3,8% continuam com a sobretaxa de 40%, e a maior parte – US$ 13,8 bilhões – está afetada pela tarifa combinada de 50%.

Dentro desse grupo, cerca de US$ 5 bilhões são impactados exclusivamente pela tarifa setorial de 50% da Seção 232. Existe também uma exceção prévia para produtos da aviação civil, que podem ser isentos da tarifa de 40%, representando cerca de US$ 3,2 bilhões ou 7,5% da pauta exportadora.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a redução parcial das sobretaxas fortalece a competitividade dos produtos brasileiros e abre caminho para negociações mais amplas. Ele considera a decisão dos EUA como um sinal positivo e demonstra abertura para avançar em negociações industriais.

Alban ressalta que setores como máquinas, equipamentos, móveis e calçados, que historicamente dependem do mercado norte-americano, ainda não foram incluídos nas isenções, e que esse será o foco das próximas negociações. Ele afirma que há espaço para ampliar a remoção de barreiras para outros produtos industriais.

Antes dessa flexibilização, em agosto, 77,8% das exportações brasileiras para os EUA estavam sujeitas a algum tipo de sobretaxa, com a tarifa de 40% atingindo quase metade da pauta exportadora. Naquele período, pouco mais de 22% das vendas não eram taxadas, principalmente petróleo, biocombustíveis, óleos combustíveis e alguns produtos minerais e metalúrgicos.

A reversão atual não elimina totalmente o impacto das barreiras, mas alivia significativamente a pressão sobre o setor exportador. A CNI interpreta o gesto dos EUA como não apenas econômico, mas também diplomático, sinalizando uma reaproximação em um momento em que os Estados Unidos buscam reorganizar suas alianças comerciais e reduzir tensões.

Apesar dos avanços, o cenário ainda apresenta desafios, especialmente para setores industriais importantes, como a cadeia do aço e do alumínio, que continuam a enfrentar a tarifa de 50% da Seção 232.

O governo brasileiro enxerga nessa flexibilização uma oportunidade para avançar nas negociações, ampliar a lista de produtos isentos e, gradativamente, diminuir o impacto tributário sobre artigos com maior valor agregado.




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