Apesar da incerteza provocada pela guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as vendas de produtos brasileiros para os EUA ultrapassaram os números de 2024 nos últimos quatro meses. Porém, com a tarifa de 50% aplicada a partir da última quarta-feira (6/8), espera-se uma mudança nessa tendência.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que as exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram US$ 23,7 bilhões entre janeiro e julho deste ano, representando um crescimento de 4,23% em comparação aos US$ 22,7 bilhões do mesmo período em 2024.
Desde abril, quando Trump anunciou uma taxação inicial de 10% ao Brasil junto com outras cobranças adicionais a vários países, as exportações para os EUA superaram os valores do ano anterior. Após a imposição de uma tarifa de 50% sobre aço e alumínio, observa-se uma queda nas vendas para Washington.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está avaliando medidas para contornar o tarifaço. No sábado (9/8), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou que o Planalto não planeja retaliar os EUA, mas se concentra em buscar soluções para o problema. Ele, que também é ministro da Indústria, Comércio e Serviços, frisou que o foco é resolver a questão.
É esperado um anúncio em breve de um pacote de suporte para os setores da economia brasileira mais prejudicados pelas tarifas impostas por Trump. Alckmin afirmou que a prioridade é ampliar a lista de setores que sejam isentos dessas tarifas, pois considera as taxas aplicadas extremamente injustas.
O vice-presidente complementou: “O presidente Lula deve apresentar no início da próxima semana um conjunto de medidas para aliviar o impacto, ou seja, apoiar as indústrias. Quais indústrias? Aquelas que exportam mais e que têm como destino principal os Estados Unidos, e que foram afetadas pelas tarifas.”