A venda de cafés especiais do Brasil para os Estados Unidos caiu muito em agosto, depois que os EUA passaram a cobrar uma tarifa de 50% sobre esses produtos importados. Segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), foram enviadas 21.679 sacas de 60 kg, uma queda de 79,5% na comparação com agosto do ano anterior e 69,6% em relação a julho de 2024.
Até agosto deste ano, os Estados Unidos eram os principais compradores desses cafés, mas agora estão em sexto lugar atrás de países como Holanda, Alemanha, Bélgica, Itália e Suécia.
Carmem Lucia Chaves de Brito, conhecida como Ucha e presidente da BSCA, explicou que muitos contratos foram suspensos ou cancelados por importadores americanos, pois o imposto elevado encarece bastante o preço, dificultando as vendas para os EUA.
Ela também ressaltou que o impacto da tarifa não será sentido só pelos produtores e exportadores brasileiros, mas também pelos consumidores americanos, que já recebem o café mais caro, causando inflação naquele país.
Ucha destacou ainda que esse aumento afeta negativamente o maior mercado consumidor mundial, que sempre foi um grande parceiro do café brasileiro, prejudicando toda a cadeia produtiva nos dois países.
Segundo a presidente da BSCA, é fundamental que o governo brasileiro busque diálogo com a administração dos Estados Unidos, especialmente após uma ordem executiva do presidente Trump em setembro que permite reduzir tarifas se houver acordos comerciais que atendam os interesses americanos.
Ucha afirmou que o setor privado precisa continuar conversas com os parceiros americanos e que o governo brasileiro deve negociar para restaurar o comércio justo de cafés especiais entre Brasil e EUA.
