Segundo laudo da Polícia Científica, a explosão na fábrica da Enaex Brasil, uma produtora de explosivos localizada em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, Paraná, ocorreu devido à baixa temperatura no reator que misturava os componentes do pentolite, explosivo altamente sensível.
No total, nove trabalhadores perderam a vida e pelo menos sete ficaram feridos no incidente, que aconteceu em 12 de agosto.
Os peritos indicam que o equipamento funcionava fora dos parâmetros seguros de temperatura. Na manhã do acidente, os sensores registraram quedas bruscas: a temperatura externa era de 3°C, metade do registrado na noite anterior. O laudo foi obtido pelo Fantástico.
“Acreditamos que a baixa temperatura do dia tenha causado a solidificação dos explosivos e que o aquecimento não foi eficiente, o que pode ter gerado uma fagulha devido ao atrito entre as pás do misturador e o explosivo solidificado”, explicou o perito Jerry Cristian Gandin.
A fabricação do pentolite, tendo como base TNT e nitropenta, exige controle rigoroso de temperatura. O sistema de segurança da empresa emite alertas quando a temperatura ultrapassa 105 °C, mas não possui mecanismos automáticos para temperaturas abaixo de 50 °C, situação que contribuiu para o acidente.
A explosão destruiu completamente a área de cerca de 25 m², abriu uma cratera e fragmentou os corpos das vítimas, que só puderam ser identificados por exames de DNA.
As vítimas são Camila de Almeida Pinheiro, Cleberson Arruda Correa, Eduardo Silveira de Paula, Francieli Gonçalves de Oliveira, Jessica Aparecida Alves Pires, Marcio Nascimento de Andrade, Pablo Correa dos Santos, Roberto dos Santos Kuhnen e Simeão Pires Machado.
Na ocasião, as autoridades estaduais confirmaram que a Enaex Brasil possuía todas as licenças e cumpria as normas de segurança vigentes.