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sexta-feira, 22/11/2024
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Exército distribuiu 2,9 mi de comprimidos de cloroquina com aval da Saúde

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Medicamento foi enviado a estados e municípios conforme critérios da Saúde, informa Ministério da Defesa à CPI da Covid

O Ministério da Defesa informou à CPI da Covid que efetuou a distribuição de 2,9 milhões de comprimidos de cloroquina para estados e municípios e hospitais militares sob orientação do Ministério da Saúde. Os envios foram efetuados de abril a agosto de 2020, segundo a pasta.

Essa operação ocorreu “conforme pautas definidas pelo Ministério da Saúde”, segundo a pasta. A produção do medicamento, cuja ineficácia contra o coronavírus é comprovada, é um dos temas investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito.

O remédio foi testado no início da pandemia. Em julho, porém, já havia sido descartado pela comunidade científica. Senadores têm questionado, na CPI, ações do governo promovendo o uso do medicamento quando já estava claro que ele não produzia efeitos sob os infectados com o coronavírus.

Dessa quantia, 2,5 milhões foram enviados a secretarias estaduais e municipais de saúde. Os maiores lotes foram recebidos pela Secretaria de Saúde de São Paulo. Foram 144 mil e depois 172 mil comprimidos enviados ao estado em abril de 2020, segundo o documento.

O órgão diz ainda que aumentou a produção de cloroquina sob orientação do Ministério da Saúde para o tratamento de “formas graves da Covid-19”. A compra antecipada dos insumos para o medicamento já havia ocorrido para o programa de malária, de acordo com órgão.

Os documentos mostram que a primeira dispensa de licitação para a compra dos insumos a fim de viabilizar a produção dos comprimidos de cloroquina no LQFEx ocorreu no dia 20 de março e os empenhos de pagamento foram feitos no dia 23. Somente no dia 27 a Saúde editou a nota que recomendava o uso de cloroquina apenas em pacientes com a forma grave da Covid-19. No dia 21, Bolsonaro já tinha anunciado o aumento da produção da droga nas suas redes sociais, porém.

Em ofício recebido pela CPI nesta terça-feira, a Defesa afirma que o Laboratório do Exército (LQFEx) já havia “planejado a produção de um lote de cloroquina 150 mg para atendimento às regiões endêmicas da malária, razão pela qual tinha o insumo licitado”. O aumento da produção, porém, se deu apenas após uma nota informativa do Ministério da Saúde orientando o uso da droga em casos graves de Covid-19.

Em 2018, diz a pasta, houve a distribuição de 259.470 comprimidos de cloroquina, suficientes para o programa de malária naquele ano e em 2019. Já em 2020, foram produzidos 3.229.910 comprimidos, ou seja, doze vezes a quantia produzida normalmente em 2018.

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