Por João Pedro Carvalho
O diretor de cinema pernambucano Kleber Mendonça Filho comentou nesta sexta-feira, após a estreia do filme “O Agente Secreto” na abertura do Festival de Cinema de Brasília, que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro representa um ato de justiça.
“Levando em conta os crimes cometidos por Bolsonaro e seu grupo, isso é justiça. Existem provas claras sobre os atos deles. É essencial que o público brasileiro compreenda isso”, afirmou.
Kleber Mendonça Filho também ressaltou como o Brasil está sendo observado no exterior. “Estive recentemente nos Estados Unidos, e lá o nosso país é visto como um exemplo, não só em termos políticos, mas também pelo incentivo à cultura do cinema. Isso é muito significativo”.
Em conversa com a Agência Ceub, ele ressaltou a importância do festival e sua tradição e influência na cultura.
“O Festival de Brasília é uma referência para o cinema de todo o Brasil e também para as produções feitas no Distrito Federal. Conheci muitos artistas talentosos aqui. É ótimo que, com 60 anos de existência, o festival continue forte, contando com apoio, público, imprensa e a academia, mostrando seu valor”.
A expectativa em relação ao filme estrelado por Wagner Moura também foi discutida na coletiva.
Kleber Mendonça Filho destacou que o ator entregou a melhor performance da sua carreira.
“Isso é difícil de dizer, pois ele tem muitos papéis importantes no cinema, teatro e televisão. Mas acredito que este seja o melhor trabalho dele. O filme é muito brasileiro, e ao mesmo tempo universal, pois retrata nossa história e a capacidade que temos de esquecer acontecimentos. O Brasil sofre de uma espécie de esquecimento que aplicamos a nós mesmos”, explicou.
Descrito como uma obra cheia de emoção e suspense, mas também de amor, o filme já está nas listas da Revista Variety e do Hollywood Reporter, que apontam Wagner Moura como um dos principais candidatos ao Oscar de Melhor Ator. “Fico muito satisfeito por ele, que é um artista fantástico e uma grande pessoa”, completou o diretor.
O festival continua com programação até 20 de setembro e permanece como um espaço importante para a resistência, memória e renovação do cinema brasileiro.
Supervisão: Luiz Cláudio Ferreira