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quarta-feira, 17/12/2025

Exames suspensos em São Paulo por dívida da Prefeitura prejudicam pacientes

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LAIZ MENEZES
FOLHAPRESS

Na terça-feira (16), moradores de São Paulo começaram a enfrentar a suspensão de exames laboratoriais em hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. A pausa nos serviços ocorreu porque a Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa (Afip) paralisou os atendimentos devido a uma dívida de R$ 120 milhões da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O Ministério Público iniciou uma investigação para entender as causas e quais medidas a prefeitura está adotando.

A Afip interrompeu exames como sangue, fezes e urina em cinco hospitais municipais e 111 UBSs nas regiões leste e oeste. Em visitas feitas pela Folha em algumas unidades no centro da cidade, funcionários informaram que os exames continuavam, exceto o papanicolau, que pode ser feito por outro fornecedor pois o contrato suspenso é apenas para exames laboratoriais.

No Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, localizado na Bela Vista, os exames laboratoriais estão suspensos por tempo indeterminado. O hospital atende apenas emergências internas, o que impede receber pacientes encaminhados por UBSs.

A Afip atende cerca de 200 mil pacientes e realiza aproximadamente 2 milhões de exames por mês para a Prefeitura de São Paulo.

Na sexta-feira (12), os promotores Dora Martin Strilicherk e Arthur Pinto Filho, do Ministério Público, abriram um procedimento para investigar a suspensão dos exames em unidades de saúde da capital. A ação foi motivada por reportagem que mostrou o risco de muitos pacientes ficarem sem exames importantes.

O Ministério Público pediu explicações à prefeitura sobre como a Secretaria Municipal de Saúde vai garantir o atendimento no SUS e o acesso aos exames necessários.

A Secretaria afirmou ter um plano de contingência que começou a valer nesta terça para atender a demanda dos exames nas unidades da Afip. A pasta considera errada a decisão da Afip, que paralisou um serviço essencial de forma unilateral.

A prefeitura informou que repassou R$ 212 milhões à Afip em 2025, mantêm pagamentos para que os serviços continuem.

Há ainda valores extras em torno de R$ 102 milhões em processo final de conferência, seguindo as regras legais e comunicados à Afip. A Secretaria disse que a reposição dos serviços está sendo feita com contratos de gestão com outras organizações sociais dos hospitais.

A prefeitura não informou o que os pacientes devem fazer caso não encontrem os serviços nas unidades da Afip, nem comentou a suspensão do papanicolau nas UBSs visitadas.

A Afip afirma que tentou negociar com a Secretaria de Saúde por meses sem resposta, e que a continuidade do serviço ficou inviável por causa dos atrasos, incluindo débitos antigos e atrasos de até oito meses entre 2024 e 2025.

A entidade também declarou que nos últimos 12 meses não recebeu pagamentos em oito meses e que os R$ 212 milhões mencionados pela prefeitura estão relacionados a outros contratos com a gestão municipal.

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