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domingo, 24/08/2025

Ex-prisioneiras ucranianas contam sofrimento na Rússia

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Enquanto a possibilidade de um cessar-fogo permanece distante na Ucrânia, um avanço importante nas negociações em Istambul entre russos e ucranianos tem sido a liberação de prisioneiros de guerra. Em 14 de agosto de 2025, um grupo de mulheres civis foi libertado, incluindo Yuliia Panina, Maryna Berezniatska e Svitlana Holovan, todas originárias da região de Donetsk, que passaram seis anos em cativeiro nas mãos russas.

Em Kiev, elas compartilharam relatos emocionantes dos horrores enfrentados na Rússia durante uma conferência que contou com forte apoio dos presentes. A apresentação foi feita por Liudmyla Huseinova, diretora da ONG Numo Sisters e ela mesma uma sobrevivente de prisões russas, que sofreu três anos de tortura no centro ilegal de detenção Izolyatsia.

Nas prisões russas, os detentos são proibidos de falar ucraniano sob ameaça de tortura, o que fez com que as mulheres temessem perder sua língua materna durante o cativeiro, conforme relatado por Liudmyla.

Yuliia Panina, sequestrada enquanto acompanhava sua filha à escola, descreveu o alívio ao ver bandeiras ucranianas após cruzar a fronteira para a região de Chernihiv. Ela mencionou as companheiras ainda detidas em Izolyatsia, ressaltando que o sofrimento persiste para muitas.

Svitlana Holavan, presa por suspeita devido a familiares na Ucrânia independente, expressou a incredulidade e emoção ao retomar a liberdade após seis anos, destacando a importância da esperança que sustentou sua sobrevivência durante esse período.

A diretora de um abrigo para cães, Maryna Berezniatska, detida sob acusações falsas, compartilhou a dificuldade de assimilar sua libertação e o impacto emocional da espera sofrida por suas famílias.

As três mulheres foram acusadas injustamente de espionagem e terrorismo, e embora falem com cautela sobre os abusos enfrentados na prisão russa, Liudmyla Huseinova descreve detalhadamente as práticas cruéis, incluindo interrogatórios longos, isolamento, tortura física e psicológica, humilhações e privações básicas.

Ela destaca a necessidade urgente de apoio psicológico e social para os libertados, observando que mesmo anos depois, muitos enfrentam desafios graves de saúde mental e física, além da falta de abrigo adequado.

Na audiência, representantes de organizações de apoio prometeram assistência, e o representante do procurador-geral, Viktor Missak, assegurou que processos judiciais contra criminosos de guerra estão em andamento para que eles respondam por seus atos perante tribunais nacionais e internacionais.

Desde 2022, mais de 60 trocas de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia foram realizadas, embora a troca completa de todos os detidos ainda não tenha acontecido. A Ucrânia garante a abertura de seus centros de detenção a entidades internacionais para assegurar o respeito aos direitos humanos, mas a situação dos prisioneiros na Rússia permanece crítica.

A expectativa é que a reconstrução da vida psicológica e física dos libertados possa enfim começar, dando-lhes a chance de reencontrar suas famílias e recomeçar suas vidas.

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