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sábado, 25/10/2025

Ex-ministro militar amigo de Bolsonaro evita processo no STF e desaparece de Brasília

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Em Brasília

CÉZAR FEITOZA
FOLHAPRESS

Luiz Eduardo Ramos, que é um amigo próximo de Jair Bolsonaro desde 1973, sumiu de Brasília.

Atualmente isolado em Resende (RJ) e afastado dos círculos militares, o ex-ministro escolheu se afastar para evitar ser investigado pela Polícia Federal, que apura a participação do ex-presidente e de membros das Forças Armadas em um plano golpista de 2022.

Ele foi o único ministro militar do governo Bolsonaro que não enfrentou processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

Outros ministros, como o general Walter Braga Netto, estão presos, e Augusto Heleno, conhecido pela sua excelência militar, pode receber uma pena de mais de 40 anos.

No governo, Ramos ocupou o cargo de ministro da Secretaria de Governo entre 2019 e março de 2021. Depois, foi para a Casa Civil até julho, para então assumir a Secretaria-Geral da Presidência.

Enquanto seus ex-colegas enfrentam investigações, Ramos está em sua casa de cerca de 400 m² no condomínio Terras Alphaville Resende, adquirida em 2018. Ele aproveita sua reserva do Exército para viajar com a família.

O general mudou seu visual, deixando crescer a barba e usando uma prótese capilar, fazendo amizade brincarem que ele está disfarçado.

O general tem sido visto pelo Exército como afastado porque Bolsonaro o teria excluído em 2021, devido a conflitos internos na Esplanada dos Ministérios.

Ramos afirmou aos seus contatos que foi deixado de lado após sair da Casa Civil e que agradece por não estar enfrentando processos como outros ministros.

Ele perdeu contato frequente com Bolsonaro no final de 2022, após a derrota eleitoral, com poucas participações em reuniões.

Após as eleições, ele recebeu um convite para ser consultor do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa, e solicitou autorização para aceitar o cargo.

Foi determinado que cumprisse uma quarentena de seis meses antes de começar, recebendo o salário de ministro enquanto isso.

Ramos conhece Bolsonaro desde 1973, quando ambos ingressaram na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, formando-se juntos em 1977.

Mesmo com a saída complicada de Bolsonaro do Exército por conduta inadequada, a amizade permaneceu.

Um episódio marcante ocorreu em 1992, quando Bolsonaro foi bloqueado de entrar na Aman para uma formatura. O então major Ramos interveio, levando Bolsonaro a aceitar sair desde que seu carro fosse removido junto a ele.

Em 2018, Ramos fez campanha para Bolsonaro no Comando Militar do Sudeste, destacando a influência dos militares na política.

Ele foi convidado por Bolsonaro para assumir a Secretaria de Governo em 2019, após a saída do general Santos Cruz, avisando ao Exército sobre sua nova função.

A escolha de Ramos foi estratégica, contando com sua experiência política e liderança em missões internacionais.

Quando Bolsonaro começou a se aproximar do centrão, coube a Ramos abrir espaços para aliados, o que gerou conflitos e acusações entre ministros.

Apesar das críticas e da demissão do ministro do Turismo, Ramos permaneceu no governo, passando depois pela Casa Civil e Secretaria-Geral da Presidência.

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