O ex-ministro da Previdência do governo Jair Bolsonaro, José Carlos Oliveira, atualmente ligado ao PSD, afirmou que as irregularidades nos descontos associativos de aposentados e pensionistas ocorreram devido à insuficiência estrutural no INSS, e não por negligência da gestão.
O escândalo do INSS veio à tona através de uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023, mostrando que a arrecadação das entidades com mensalidades de aposentados disparou para cerca de R$ 2 bilhões em um ano, enquanto diversas associações enfrentavam processos por fraudes nas filiações de segurados.
As investigações geraram inquérito pela Polícia Federal e foram incluídas nas apurações da Controladoria-Geral da União. A operação resultou na demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Em seu depoimento à CPMI no dia 11 de setembro, Oliveira afirmou que possíveis falhas aconteceram, porém que o ministério não foi informado sobre descontos indevidos.
Segundo ele, trabalhar no INSS é uma tarefa desafiadora e que eventuais erros ocorreram não por desleixo, mas pela falta de recursos humanos e estruturais. Ele ressaltou que, caso tenha deixado de realizar alguma ação, foi por priorizar outras demandas urgentes.
O ex-ministro também destacou que a gestão priorizou a diminuição das filas no INSS e enfrentou escassez de pessoal para efetivar uma fiscalização mais eficiente. Comentou ainda que os acordos de cooperação com diversas entidades foram firmados automaticamente durante sua administração, o que impossibilitou o conhecimento de eventuais vínculos com associações fraudulentas, conhecidas como entidades ‘laranjas’.