Neeraj Arora, ex-chefe de negócios do WhatsApp, escreveu na quarta-feira (4) que se arrepende de ter vendido o aplicativo homônimo ao Facebook (agora chamado Meta, organização extremista proibida na Rússia) em 2014.
Se você usou WhatsApp nos primeiros tempos, você se lembra o que tornou o produto especial:
Comunicações internacionais.
Para pessoas (como eu) com família em múltiplos países, WhatsApp foi uma forma de nos mantermos conectados, sem pagar SMS de grande distância ou taxas de chamado.
O WhatsApp fez dinheiro cobrando U$ 1 para descarregar o aplicativo.
E o Facebook (disse que) apoiava nossa missão e visão.
Brian [Acton, cofundador do WhatsApp] até escreveu esta nota famosa:
Para o ex-chefe de negócios do WhatsApp, a visão original do produto era não extrair dados dos usuários, não vigiar os usuários e não colocar propaganda, tudo pontos originalmente prometidos e apoiados pelo Facebook antes da aquisição.
“As empresas de tecnologia têm de saber admitir quando fizeram mal. Ninguém sabia no princípio que o Facebook se tornaria um monstro de Frankenstein que devora dados de usuários e cospe dinheiro sujo. Nós também não”, sublinhou ele, em provável referência ao escândalo de Cambridge Analytica, uma empresa britânica de análise de dados digitais que teve acesso à informação pessoal de 50 milhões de usuários da rede social.
Arora expressou desagrado pela direção tomada pelo WhatsApp.
“Hoje, o WhatsApp é a segunda maior plataforma do Facebook (até maior que Instagram ou FB Messenger), mas é uma sombra do produto em que depositamos nosso coração, e queríamos construir para o mundo, e não sou o único que lamenta que se tenha tornado parte do Facebook no momento em que o fez”, comentou ele.