O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou que o cessar-fogo na Ucrânia perdeu força, mesmo após os esforços realizados na reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, em Anchorage, no Alasca.
Nesta quarta-feira (8/10), Ryabkov destacou que a chance de um acordo de paz havia avançado depois da cúpula, mas foi prejudicada pela interferência europeia.
“Infelizmente, o forte impulso da cúpula de Anchorage, a favor dos acordos de paz, foi amplamente prejudicado pelos esforços dos opositores e dos que apoiam a ‘guerra até o último ucraniano’, principalmente entre os europeus”, afirmou o diplomata russo. “Este é um resultado das ações destrutivas dos europeus. Falamos disso de forma clara e direta.”
A autoridade russa se refere ao alinhamento da Ucrânia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que fornece apoio militar e financeiro ao país. Para o governo da Rússia, essa aliança representa uma ameaça à segurança dos seus territórios e é vista como uma tentativa do Ocidente de prolongar o conflito.
Ryabkov alertou que os EUA “devem estar conscientes das sérias consequências” de fornecer mísseis Tomahawk de longo alcance para a Ucrânia.
“Sem o software e os sistemas de lançamento, os mísseis Tomahawk em si não têm funcionalidade. Isso também foi declarado em alto nível pela Rússia. O uso hipotético desses sistemas só seria possível com o suporte direto de pessoal americano. Espero que, neste caso, aqueles que pressionaram Washington a tomar essa decisão compreendam bem isso”, enfatizou.
Recentemente, os Estados Unidos e a Ucrânia discutem o fornecimento desses mísseis após reunião entre o líder ucraniano, Volodymir Zelensky, e Donald Trump durante a assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU).
Zelensky afirmou que Trump poderia considerar a possibilidade de fornecer os mísseis Tomahawk como forma de pressionar Putin a negociar, utilizando isso como uma ameaça para forçar a volta às conversações.