Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha, declarou nesta quarta-feira (3/9) estar satisfeito com alguns países europeus que decidiram reconhecer o Estado da Palestina. No entanto, ele criticou a atuação da Europa, classificando como insuficiente a resposta diante do conflito em Gaza.
O reconhecimento do Estado da Palestina por esses países deverá acontecer durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), programada para os dias 23 a 29 de setembro, em Nova York, Estados Unidos.
Reconhecimento do Estado da Palestina
A decisão de reconhecer o Estado da Palestina ocorre em meio a várias críticas direcionadas ao governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, apontado como responsável pelo agravamento da violência e da fome na faixa de Gaza.
Assim como 147 dos 193 países membros da ONU, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou no mês passado a intenção da França de reconhecer a Palestina. O Canadá também pretende fazer o mesmo durante a próxima Assembleia Geral da ONU.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, também apoiou a solução de dois Estados para o conflito.
Pedro Sánchez classificou a resposta europeia ao conflito em Gaza como um fracasso e afirmou que essa situação é inaceitável.
“Certamente existe uma divisão dentro da União Europeia sobre como influenciar Israel. Na minha opinião, isso não é admissível e não podemos permitir que isso continue se queremos manter nossa credibilidade em outras crises, como a que enfrentamos na Ucrânia”, disse Sánchez em entrevista ao jornal The Guardian.
Ele ainda destacou que as motivações dos conflitos são diferentes, mas que o mundo observa a União Europeia e a sociedade ocidental atentamente, questionando a existência de padrões duplos em relação à Ucrânia e Gaza.
Pedro Sánchez afirmou que está pressionando os países europeus para que adotem uma posição mais firme, incluindo a possibilidade da aplicação de sanções financeiras contra Israel.
“O que está ocorrendo em Gaza pode ser um dos momentos mais sombrios nas relações internacionais deste século. A Espanha tem atuado de forma ativa tanto na União Europeia quanto na comunidade internacional”, enfatizou o premiê espanhol.
Essas declarações foram dadas antes de um encontro com Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, em Londres na mesma data.