A secretária de Justiça do governo de Donald Trump, Pam Bondi, anunciou nesta quarta-feira (19/11) que o Departamento de Justiça (DoJ) divulgará os documentos referentes ao caso Jeffrey Epstein em um prazo máximo de 30 dias. Essa medida foi impulsionada pela aprovação quase unânime de uma lei no Congresso, exigindo a abertura dos arquivos ao público. O projeto foi aprovado na terça-feira (18/11) e aguarda a assinatura do presidente norte-americano.
“Continuaremos a cumprir a lei e a priorizar a transparência”, declarou Bondi.
O Departamento de Justiça, que conduziu a investigação federal que resultou na prisão de Epstein em 2019, informou que algumas partes dos documentos permanecerão confidenciais. Eles não divulgarão informações que possam identificar vítimas ou comprometer investigações em andamento, incluindo aquela mais recente, que apura o envolvimento do ex-presidente Bill Clinton, instaurada por ordem direta do próprio Trump.
Jeffrey Epstein, bilionário e ex-aliado de Donald Trump, foi acusado de liderar uma extensa rede de exploração sexual. Ele faleceu na prisão, oficialmente declarado como suicídio.
A liberação completa dos documentos poderá esclarecer pontos obscuros do caso, principalmente sobre o conhecimento e possível envolvimento de figuras públicas mencionadas em e-mails já expostos, nos quais Epstein relatava que Trump havia passado horas em sua residência com uma das vítimas e que sabia sobre as meninas envolvidas na rede.
A resistência inicial do presidente em divulgar os arquivos voluntariamente causou tensão dentro do Partido Republicano, com aliados sugerindo que ele teria algo a ocultar. Sob pressão crescente, Trump alterou sua posição, apoiando a liberação dos documentos, o que acelerou a aprovação da lei no Congresso.
Além de Bill Clinton, outras personalidades associadas ao Partido Democrata aparecem nos documentos já divulgados, como o ex-secretário do Tesouro Larry Summers. Ele expressou profundo constrangimento por sua ligação com Epstein e decidiu se afastar temporariamente de suas funções públicas. A Universidade Harvard iniciou uma nova investigação interna sobre ele, que também renunciou ao cargo no conselho da OpenAI.
Na noite de terça-feira, momentos antes da aprovação unânime do projeto pelo Senado, Trump publicou em sua rede social Truth Social que não se preocupava com a aprovação da lei e ressaltou que os republicanos não deveriam deixar de lembrar das conquistas do seu governo, como o pacote orçamentário e o fortalecimento das medidas de controle na fronteira.
