O Departamento de Defesa dos Estados Unidos passou a exigir que jornalistas credenciados obtenham aprovação prévia para divulgar qualquer dado relacionado ao Pentágono, sejam eles confidenciais ou não. Aqueles que não seguirem essa norma podem ter seu acesso às instalações revogado.
De acordo com o documento encaminhado aos jornalistas na sexta-feira (19/9), “as informações do Departamento de Defesa precisam ser aprovadas para divulgação pública por um responsável autorizado antes de serem liberadas, mesmo que não sejam confidenciais”.
Essa regra inclui, também, dados coletados por meio de fontes internas anônimas, fora dos canais oficiais de comunicação.
O presidente do Clube Nacional de Imprensa de Washington, Mike Balsamo, criticou as novas exigências.
“Se as informações sobre nossas Forças Armadas precisam ser autorizadas previamente pelo governo, o público não tem acesso a dados independentes. Ele recebe apenas o que as autoridades do Pentágono querem que vê. Isso deveria preocupar todos os americanos”, declarou.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, defendeu as novas regras referentes ao credenciamento. “A imprensa não pode mais circular livremente nas dependências de uma instalação segura. Use sua credencial e respeite as normas, ou deixe o local”, publicou em sua conta no X.
Conflito entre Trump e a mídia tradicional
As novas restrições intensificam a disputa entre Donald Trump e a mídia tradicional.
O ex-presidente republicano acusa os meios de comunicação de apresentarem um viés desfavorável a ele e recentemente celebrou a suspensão do programa do humorista Jimmy Kimmel após críticas à morte do influenciador conservador Charlie Kirk. Anteriormente, ele havia movido processos contra o Wall Street Journal e o New York Times. Segundo Trump, a cobertura feita pela imprensa é “ilegal” e “exageradamente negativa” em relação a sua figura.