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segunda-feira, 18/08/2025

EUA querem solução que o Brasil não pode aceitar

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Em Brasília

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o Brasil está tentando conversar com os Estados Unidos para diminuir uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras. No entanto, as negociações estão travadas porque os EUA estão exigindo algo que o Brasil não pode aceitar, pois é uma questão constitucional. Haddad explicou que há uma dificuldade dos EUA em entender como as coisas funcionam no Brasil.

Ele disse que os EUA querem que o Poder Executivo brasileiro interfira em decisões do Poder Judiciário, o que não é permitido pela Constituição brasileira, criando um bloqueio nas negociações.

Fernando Haddad também comentou que o comércio entre Brasil e Estados Unidos diminuiu ao longo dos anos e deve continuar caindo. As exportações brasileiras para os EUA passaram de 25% para 12%, e a tendência é que diminuam ainda mais.

Durante um evento em São Paulo, Haddad falou que o cancelamento de uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi causado por pessoas da direita extrema brasileira. O ministro afirmou que o ministério possui toda a documentação que prova as negociações com o governo americano e que o encontro anterior com Bessent foi positivo.

“Foi uma reunião excelente. O que mudou de maio para julho deve ser perguntado a eles”, declarou o ministro.

Fernando Haddad também ressaltou que se surpreendeu com o cancelamento e que jamais cancelaria um compromisso oficial com outro país. Ele disse que a família do ex-presidente Jair Bolsonaro tem atrapalhado as negociações. O governo brasileiro está trabalhando em um plano para ajudar os produtores afetados pela tarifa dos EUA, com um crédito de R$ 30 bilhões, chamado MP Brasil Soberano.

“Esta semana vamos regulamentar este plano para proteger a economia brasileira desta ameaça externa”, concluiu.

Globalização

O ministro explicou que os Estados Unidos querem mudar as regras da globalização. Eles promoveram a desregulamentação financeira e descentralização da produção, mas agora querem mudar o jogo porque outros países, como a China, também lucraram muito.

“Eles ganharam muito, mas perceberam que a China também ganhou, então decidiram mudar as regras”, explicou Haddad.

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