Uma nova proposta dos Estados Unidos busca encerrar o conflito na Ucrânia, exigindo que Kiev entregue áreas atualmente sob controle russo e diminua seu Exército em mais da metade, segundo informações divulgadas por diversas agências nesta quarta-feira (19/11), com base em fontes não identificadas.
O plano repete demandas frequentes de Moscou, que a Ucrânia rejeita, considerando-as uma forma de rendição.
O documento indica o reconhecimento da Península da Crimeia e de outras regiões ocupadas pela Rússia, além da redução das forças armadas para 400 mil soldados.
Além disso, o plano limita o envio de armamentos de longo alcance e a assistência militar fornecida pelos EUA ao Exército ucraniano.
Detalhes da proposta
Desenvolvido pelo enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e o conselheiro do Kremlin, Kirill Dmitriev, o plano impõe medidas rigorosas à Ucrânia, conferindo à Rússia amplo controle sobre sua soberania política e militar.
Embora Witkoff e Dmitriev mantenham um canal de comunicação informal entre Moscou e Washington, não está claro se o presidente Donald Trump apoiou oficialmente a proposta.
Este plano de 28 pontos parece inspirado numa sugestão anterior do governo dos EUA para a Faixa de Gaza e foi inicialmente divulgado pelo portal Axios.
Fracasso dos planos anteriores
Até o momento, propostas americanas fracassaram por concederem a maioria das exigências russas, impondo sacrifícios severos à Ucrânia.
Ações militares recentes
A divulgação do plano coincidiu com um ataque em larga escala da Rússia à cidade ucraniana de Ternopil, resultando em pelo menos 25 mortes. Moscou também atingiu instalações de energia em Ivano-Frankivsk e Lviv, parte de uma campanha para destruir infraestrutura energética antes do inverno.
A Rússia ocupa atualmente cerca de 20% do território ucraniano, exigindo a manutenção e expansão dessas áreas, incluindo as regiões anexadas de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia, Kherson e a Península da Crimeia.
Negociações estagnadas
As conversas de paz se encontram congeladas desde o encontro entre Donald Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, em agosto, com Moscou mostrando recusa em flexibilizar suas demandas.
O secretário do Exército dos EUA, Daniel Driscoll, visitou Kiev para discutir o fim da guerra.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, se reuniram para tentar revigorar as negociações e buscar uma paz justa, solicitando maior pressão internacional contra a Rússia e o envio de mais sistemas de defesa antiaérea.
