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segunda-feira, 25/08/2025

EUA prendem salvadorenho deportado por engano pela segunda vez

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Kilmar Ábrego García, um salvadorenho que foi deportado dos Estados Unidos por engano, foi detido novamente nesta segunda-feira (25/8) pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE).

Ele foi enviado por engano para uma prisão em El Salvador, mas o governo Trump o resgatou para ser julgado sobre o caso que resultou em sua expulsão do país. Kilmar é suspeito de participar de uma gangue em seu país de origem.

“As autoridades policiais do ICE prenderam Kilmar Abrego Garcia e estão processando-o para deportação. O presidente Trump não permitirá que esse imigrante ilegal, membro da gangue MS-13, traficante de pessoas, abusador doméstico em série e predador de crianças, ameace cidadãos americanos”, declarou a secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, na rede social X.

A deportação do salvadorenho de 30 anos gerou intensos debates nas redes sociais e trouxe ampla repercussão sobre a política de imigração de Trump. O caso também recebeu atenção após a eleição do papa Leão XIV, que criticou a postura dos EUA e fez um apelo em defesa dos imigrantes.

Kilmar estava sob custódia em Nashville, Tennessee, aguardando julgamento sob acusação de tráfico de pessoas e associação à gangue MS-13. Ele foi detido assim que chegou ao escritório do ICE nesta segunda-feira.

“Perguntamos ao agente do ICE o motivo da detenção, mas não obtivemos resposta”, afirmou o advogado Simon Sandoval-Moshenberg.

Contexto da deportação de Kilmar García

Pai de três filhos e residindo nos EUA há 14 anos, Kilmar García solicitou asilo afirmando que sua vida corria perigo devido a ameaças de gangues em El Salvador.

Durante a administração Trump, Kilmar foi deportado após ser preso pelo ICE, acusado de integrar a gangue MS-13.

No entanto, as autoridades afirmaram que sua deportação ocorreu por um “erro administrativo” após revisão de sua documentação.

Desde a detenção, Kilmar ficou incomunicável com sua família e passou três meses preso em El Salvador antes de retornar aos EUA.

Após o retorno, o governo Trump reiniciou seu processo judicial e decidiu deportá-lo novamente.

Depois de investigações, a Justiça dos EUA notificou os advogados de que Kilmar poderia ser enviado para Uganda e ordenou que ele comparecesse ao escritório do ICE em Maryland.

Recusa do acordo judicial

Essa notificação foi emitida após Kilmar recusar um acordo judicial que implicava em ser deportado para Costa Rica, declarando-se culpado das acusações de tráfico de pessoas e permanecendo preso. Os advogados alegaram que o governo federal tentou forçá-lo a aceitar a confissão.

Os defensores agora solicitam ao tribunal que impeça o governo de transferir Kilmar para Uganda antes de tentar enviá-lo para a Costa Rica. Eles pedem ainda que ele tenha uma entrevista antes de qualquer deportação.

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