O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta quinta-feira (18/12) que a resistência dos Estados Unidos à adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pode não ser definitiva, dependendo das mudanças no cenário político em Washington.
De acordo com Zelensky, a política atual dos EUA em relação à Otan é clara no sentido de negar a entrada da Ucrânia, porém, isso não significa que essa postura seja permanente.
“A posição dos EUA é consistente contra a adesão da Ucrânia à Otan. Eles não nos veem como parte da aliança… Mas essa posição pode mudar no futuro”, afirmou o líder ucraniano. “Essa é uma questão política. O mundo está em constante transformação, alguns permanecem, outros desaparecem. Isso é a vida”, completou.
A fala ocorre em um contexto de pressão do presidente norte-americano, Donald Trump, para que Zelensky renuncie formalmente à intenção de integrar o bloco militar como parte das negociações para encerrar o conflito com a Rússia. Essa exigência dos EUA é vista como um dos principais obstáculos nas tratativas, pois a Otan é um elemento crucial da estratégia de segurança de Kiev.
Nos últimos dias, o líder ucraniano tem demonstrado ceticismo sobre o tema Otan, admitindo no domingo (14/12) que abriu mão do ingresso da Ucrânia na organização em troca de garantias de segurança ofertadas por aliados ocidentais.
Embora enfrente pressão dos Estados Unidos, Zelensky resiste a aceitar as condições propostas pela Casa Branca. Ele tem buscado o apoio de aliados europeus para elaborar uma contraproposta de paz que inclui cláusulas rejeitadas pela Rússia, o que dificulta o avanço das conversações.
Enquanto isso, países europeus membros da Otan discutem medidas para ampliar o suporte militar à Ucrânia, considerando até o envio de tropas, mesmo sob objeções russas. Moscou acusa esses governos de atrapalhar os esforços de paz ao impor condições que inviabilizam um acordo.
O Kremlin critica o que chama de “diplomacia de megafone” e evita divulgar sua posição de forma clara. Contudo, na quarta-feira (17/12), o presidente russo Vladimir Putin fez declarações firmes contra líderes europeus.
“Os líderes europeus rapidamente se alinharam com as ações da administração anterior dos EUA, tentando lucrar com a desintegração de nosso país, recuperar territórios perdidos em momentos históricos anteriores e buscar vingança”, afirmou Putin. “Os objetivos da operação militar especial vão ser cumpridos”, acrescentou.

